Autor: Pastor Armando Vanelli
Então, eis que já estamos em Agosto. Isso mesmo, parece que o 1º de janeiro foi ontem. O tempo tem passado numa velocidade descomunal, mas com certeza são as nossas múltiplas atividades que fazem com o tempo urja tão veemente. Mas, se chega um novo mês, um novo tempo, é sempre bom deter-se sobre ele. Por exemplo, Agosto é um mês muito interessante, além de ser o segundo mês do segundo trimestre do ano, é um mês que dá mostras da transição do inverno para a primavera.
E Agosto tem ainda uns resquícios do inverno que se esvai com uma brisa quase que diuturna. Com esse vento constante desperta nos meninos um forte estímulo para empinar pipas, e muitas delas estão por todos os cantos da cidade. Nos parques, nos descampados e até mesmo entre o emaranhado de fios elétricos e telefônicos surgem com as mais variadas formas e cores que no lindo céu azul as pipas embelezando o ar e vindicando uma acirrada disputa entre os empinadores, com destaque a altura, manobras e "taios", tentando cada um prevalecer com a sua arte o maior tempo possível no ar.
Hoje, na modernidade, qualquer garoto faz uma pipa com facilidade. Há papéis, varetas e colas especiais para a confecção das pipas, que a cada região tem um nome: quadrado, maranhão, papagaio, pandorga ou raia. No meu tempo de garoto não era fácil fazer um pipa. Em princípio o que se conseguia era folha de papel da embalagem do macarrão Maravilha (lembra disso?), uma cola de trigo ou de sabão e as varetas de bambu que se cortava de uma taquara e com uma pequena faca trabalhava-se para dar a devida curvatura no arco do pipa.
Mas por trás dessa brincadeira, sempre havia algo que me impressionava, por exemplo, a condição de cada garoto que empinava sua pipa. Eu sempre tinha algum retrós de linha de costura que ganhava de alguém, mas havia alguns meninos mais afortunados que traziam em suas maquininhas de soltar pipa, 2 ou 3 carretéis de linha de ótima qualidade, havia uma marca muito popular entre os pipeiros que a linha Corrente, e cada carretel tinha 131 jardas ou 120 metros cada. A considerar 3 carretéis de linha soltos para uma pipa, 360 metros era uma considerável altura, e as pipas se perdiam de vista.
Residindo num simples bairro chamado Vila Bazani em Itapira,SP, e ali nas imediações havia um menino chamado Vineu, Vineu Piolo e ele era uma espécie de um professor Pardal dos arrebaldes, fazia uma engenhocas para empinar pipas e usava até 5 carretéis de linha, logo, era o campeão em altura naquela redondeza.
Chegava Agosto, a lição de casa ficava para depois. Todos no largo 13 de Maio, praça da famosa festa de 13 de Maio, e toma de levantar e empinar viva. As horas voavam, e ao anoitecer retornávamos ás nossas casas. Uns alegres pela proeza de ter conseguido por o seu pipa lá nas alturas, outros cabisbaixos porque a linha se rompeu e adeus ao colorido brinquedo.
Na época ainda não tinha conhecimento da Palavra de Deus, mas hoje relembrando historias da minha infância me permito pensar a capacidade daquele vento de agosto de levar os nossos maranhões às alturas, mas e o vento, onde nascia aquele vento? Um dos textos que mais me chamou a atenção quando comecei a ler a Bíblia foi este: "O vento sopra onde quer: ouve-lhes o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai" João 3:8a, citado por Jesus no diálogo com Nicodemos e tratando do novo nascimento.
De certa forma nós não tínhamos um conceito de coisas divinas, mas também não podíamos fugir da realidade de que até naquele vento era possível imaginar a presença de Deus. E isto me faz lembrar, ainda que possa parecer redundância, de um grande evangelista da tevê, nos meus primeiros idos da vida cristã, e ele contou que um homem ao passar perto de um menino que tinha um largo sorriso nos lábios, olhava atentamente para cima enquanto segura uma lata onde estava amarrada a linha, disse: está sorrindo porque ? Ao que o menino lhe disse: meu papagaio está quase perto de Deus. O homem imediatamente disse: Deus? Deus não existe, o que não se pode ver não existe. O menino então disse: olha o meu papagaio, e o homem por mais que se esforçava não conseguia ver. Então o menino disse: segura aqui a minha linha e aquele senhor pegou a linha, puxou duas ou três vezes e disse: e daí menino? E o garoto respondeu é assim com Deus, o senhor não viu meu papagaio, mas sentiu a força dele na linha, é assim com Deus, não posso vê-lo, mas sei que Ele está lá.
Assim é a vida do que crê, sabe e conhece que Deus está presente em cada detalhe da vida cotidiana, por isso aproveite que agora é tempo em que o Espirito está soprando sobre cada igreja que prega a verdadeira Palavra e se entregue a Deus, abra seu coração para Jesus. Você pode não vê-lo, mas com certeza está batendo à porta do seu coração. Não hesite ou espere mais, tome a decisão, abra seu coração e desfrute da presença real de Deus na sua vida.
Deus o abençoe, em nome de Jesus!
Um comentário:
Glória a Deus por esta PALAVRA!
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