Conversando com Deus na goiabeira vermelha

As misericórdias do Senhor, novas são a cada manhã Lm 3:23
João Cruzué


Anos atrás plantei as sementes de uma goiaba vermelha no quintal e elas brotaram! Então, eu escolhi a muda mais bonita e plantei em um lugar especial. E depois sonhei que um dia amarraria uma gangorra (balanço) em um de seus galhos para balançar a Priscila, nossa primeira filha. Nos anos seguintes, não só balancei a Priscila, com mais tarde, também veio a Aline. Todo ano, suas folhas envelheciam e caíam no fim do inverno. Imagino que ela se preocupava com a aparência despida de uma árvore morta, mas aquela goiabeira sabia que quando voltasse a Primavera, novas folhas ainda mais verdes brotariam. Hoje quando olhei para o quintal, um pensamento passou diante de mim: eu pude ver, também, que muitas pessoas precisam saber que Deus cuida das árvores para mostrar que nos ama!

Cientificamente, as estações do ano acontecem no planeta terra por causa da inclinação de seu eixo vertical, atualmente, de 23,45º. Ela gira bamboleando pelo espaço pela ação dos movimentos de precessão e nutação e, quando a inclinação do eixo horizontal elíptico se alinha com o equador celeste, duas vezes por ano, tem início do outono - em 21 março, e da primavera em 23 de setembro. Uma pesquisa com dados completos pode ser achada aqui: generalidades da terra.

Na vida de cada um de nós, também há períodos de inverno, primavera, verão e outono.

Quando aos olhos das pessoas próximas nós parecemos cheios de defeitos, imprestáveis, derrotados, sem futuro e de vez em quando algum comentário chega até nossos ouvidos: "Bem feito!"- a estação é o inverno.

Mas graças a Deus que o Senhor Jesus não é mesquinho como alguns de nós costumam ser. Há vários exemplos de novas oportunidades e milagres feitos por Jesus, tais como: A ressurreição do filho da viúva de Naim; a cura do paralítico do Tanque de Betesda; a ressurreição da filha de Jairo; e o perdão da mulher adúltera. Eu creio no Senhor Jesus, pois Ele é a verdadeira face do amor de Deus, ao alcance de uma oração. 

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"Na minha angústia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; 

do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz"

Jonas 2:2.
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É maravilhoso fazer uma analogia do movimento da seiva fluindo nos vasos de uma árvore. A beleza das folhas depende das raízes para a subida da seiva bruta. Mas as raízes dependem da descida da seiva elaborada para não morrer. Tempos atrás, o pedreiro fazia uma escada de cimento no meu quintal, aproveitando para cimentar a rampa paralela, naquele espaço havia o pé da minha goiabeira vermelha. E ele cimentou a volta do seu tronco. Pouco tempo depois, suas folhas começaram a ficar amarelas. O cimento tinha destruído a casca  da árvore. A seiva bruta subia pelos vasos lenhosos até as folhas, mas o fluxo descente dos vasos liberianos fora interrompido.

O pecado é como a ação do cimento no pé da árvore. O profeta Isaías escreveu: A" mão de Deus não está encolhida para que não nos possa ajudar, nem seus ouvidos entupidos para que não nos possa ouvir, Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniquidade; os vossos lábios falam falsidade, a vossa língua pronuncia perversidade. Ninguém há que clame pela justiça, nem ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam na vaidade, e falam mentiras; concebem o mal, e dão à luz a iniqüidade." 

Deus deseja nos perdoar. A prova disso, é o nascimento do Cristo. João escreveu no Evangelho: Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu único filho, unigênito, para que todo aquele que nele crê, não morra, mas tenha a vida eterna."

A goiabeira era muito alta, tinha troncos grossos. Foi definhando, amarelecendo, e em menos de um ano parecia morta e perigosa. Com muita tristeza, peguei o serrote e fui aparando do alto para baixo. Ficou apenas dois tocos no chão. Em outros tempos, cheguei a contar 182 goiabinhas verdes em apenas um galho de dois metros de comprimento. Eram muitos os galhos. Mas um dia, eu percebi que brotou um ramo novo na base da raiz. Eu quebrei o duro cimento a sua volta para que ele não morresse. Já se passaram sete anos. Ao lado dos dois tocos velhos, tenho outra goiabeira adulta, broto do mesmo pé.

Ela já acabou de derrubar as folhas antigas e já se revestiu de novos brotos. Quando olho para esta nova árvore, que brotou de uma raiz moribunda, um pensamente recorrente aparece: Priscila já nos deu um neto há dois anos. Antes dele nascer, eu tinha  um sonho: eu iria  balançá-lo em uma nova gangorra amarrada em um novo ramo da mesma goiabeira. Árvore perseverante,  insistiu em viver porque desejava balançar em seus galhos a terceira geração da minha casa. E eu posso ver em tudo isto, a boa mão de Deus.

Você pode até pensar que esteja derrotado, acabado, destruído, aniquilado, morto, mas aprenda que Jesus é a mão perdoadora  de Deus. Não há profundidade que ele não alcance, nem pecado que não perdoe. Talvez você precisa  ouvir isso para fazer as pazes com Deus. 

Para uns é preciso lançar fora o pecado, o desânimo ou a velha forma de pensar - as velhas folhas da descrença, da incredulidade, da inutilidade precisam cair para que novas e verdes folhas brotem. Hoje mesmo, entre em seu quarto e converse com Jesus. Diga: Senhor eu sou isso, isso e isso. Eu já fiz isso, aquilo e mais aquilo. Tenho pensado dessa e dessa maneira. Mas eu li hoje que tenho o benefício do perdão, de uma chance de recomeçar uma nova vida, para reescrever novos capítulos sobre velhas derrotas.

Assim como Deus mostra seu amor pelas árvores, trazendo a primavera de volta todos os anos, creia que, na verdade, Ele vem fazendo isso para lhe dizer que "te" AMA! 

João Cruzué edita Olhar Cristão e colabora com o Tenda na Rocha





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