João Cruzué
O perdão é um mandamento bíblico ordenado por Jesus Cristo. Os efeitos do perdão são benéficos tanto para quem perdoa quanto para quem é perdoado. O objeto do perdão pode ser uma mágoa, um pecado, um sentimento de culpa, um prejuízo sofrido, uma palavra maldosa, uma atitude infeliz, uma omissão, uma traição - enfim, coisas que fazemos ou deixamos de fazer no dia a dia. Quando estas coisas são tratadas com o "detergente" divino do perdão, milagres podem acontecer em nossa vida. Quero meditar com você, nesta noite de domingo, sobre a cura do paralítico de Cafarnaum, registrado no Evangelho em Lucas 5;17-26.
Jesus Cristo tem competência, autoridade, autonomia, para perdoar. O perdão é uma ação que transcende à matéria e atua no campo espiritual, onde nossos olhos físicos não conseguem prescrutar. E neste texto isto fica muito claro quando Ele disse, mais ou menos nestes termos: Para provar para vocês que o Filho do Homem (Ele, Jesus) tem sobre a terra o poder de perdoar pecados, paralítico eu te digo: Levanta, toma a tua cama e vai para tua casa.
Ele decidiu operar este milagre porque os presentes, entre eles muitos líderes religiosos, ficaram murmurando de sua afirmação anterior, quando tinha dito ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados. Eles não gostaram do que ouviram.
Há vários tipos e graus de pecado. Desde uma desobediência simples até um assassinato ou adultério. Também há os pecados de omissão, quando alguém se vê diante de uma situação que deveria ter sido generoso e trancou a porta da bondade do próprio coração. Homens e mulheres podem ser protagonistas das mais perversas ações e, como podemos ver, no texto em análise, o pecado do paralítico precisava primeiro de perdão, para que depois pudesse andar.
A meu ver foram dois os milagres: O perdão dos pecados e o "levanta-e-anda". Não está claro no texto quais foram os pecados o paralítico, mas coisa pequena não foi.
O pecado é algo praticado que desagrada aos olhos de Deus. Entretanto, a vida cotidiana em meio a uma sociedade corrupta, pode distorcer o perigo real do pecado. Em certos textos do Evangelho, o pecado é comparado ao fermento que uma vez colocado da massa vai aumentando seu volume. E, algo que era pequeno de repente se torna muito grande.
Da mesma forma que os pecados daquele homem o levaram à paralisia, a mesma coisa está acontecendo agora na vida de muitas pessoas, casas e famílias - principalmente nestas. E o ódio é um dos maiores cadeados que prende as correntes invisíveis do pecado. Odiar é oposto de amar. Se Cristo disse para amar, na cartilha do diabo o comum é o odiar. No caso do paralítico, é muito provável que aquilo que ele fez deva ter causado muito prejuízo a alguém ou a várias pessoas. E, geralmente o autor deste tipo de pecado não se lembra de ter praticado tal malfeito, porque costumamos nos lembrar apenas daquilo que sofremos.
Eu sei que há por aí uma multidão de pessoas que não conseguem se librar das mágoas sofridas, maus tratos, desprezos, traições, estupros de familiares - de coisas horríveis que não me vêm à mente neste texto. Mas, uma coisa eu sei: José conseguiu perdoar seus irmãos. Deus perdoou Arão, depois da oração e Jejum de Moisés. Jesus perdoou a Pedro, depois deste tê-lo negado três vezes. Saulo de Tarso prendia e matava cristãos, até que teve um encontro com o Senhor e recebeu o perdão divino.
Se o Senhor Jesus determinou que é preciso perdoar para ser perdoado, é porque sabia que o resultado do perdão é maravilhoso para ambas as partes - principalmente para aquele que sofreu humilhações e prejuízos.
Quando o Senhor perdoou os pecados do paralítico, houve um pensamente crítico na mente dos religiosos presentes. Mas, para mostrar que ele - Jesus - era mesmo o Filho de Deus, completou o serviço: Homem, levanta e toma a tua cama e vai para tua casa.
Mas se Jesus não está mais hoje nas ruas da minha cidade, como é que ele pode me perdoar? Pode, sim. Em sua palavra, ele mesmo disse: Eis que estou convosco todos os dias - Mateus, 28:20.
Se você carrega mágoas, amarguras, humilhações, prejuízos que sofreu, chegue diante da presença de Deus dentro do quarto da sua casa e fale para Deus do seu desejo de perdoar. Da sua dificuldade em perdoar. Mas faça planos para perdoar. Perdoar parece ser difícil, mas não o é. Jesus foi crucificado e morto pelos religiosos do seu próprio povo. Ele já sabia disso e em uma das suas últimas palavras na cruz, ele disse - Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. É a força da presença de Jesus que nos dá a capacidade de perdoar. Perdoe, e volte seus olhos para o futuro é lá que estão muito mais bênçãos, duas vezes, quatro vezes, dez vezes mais bençãos do que os prejuízos que já sofreu.
Se você, conscientemente, sabe que foi o autor de uma ou várias atitudes que causaram dor, humilhação e prejuízo às pessoas, aí não basta fechar a porta do quarto e orar. Se já é crente, procure um pastor para lhe aconselhar. Pode ser que alguns tipos de ações que você praticou precisam de mais cuidados no pedido de perdão. Via de regra, enquanto sua consciência martelar, o assunto não ficou resolvido. Seu pedido de perdão deve ser sincero. Se deu prejuízo financeiro por exemplo, siga o exemplo de Zaqueu. Não banque o esperto, para levar vantagem. Cada caso é um caso, mas o que importa é mostrar para Deus que você está arrependido e disposto a pedir perdão com sinceridade.
Tendo feito a sua parte, agora peça o milagre de Deus na sua vida.
Eu não sei o que você precisa, mas o Senhor Jesus sabe. Pegue um pedaço de papel, sente-se a uma mesa da sua casa e faça duas coisas: primeiro, ore a Deus e diga para Ele: Senhor, eu sou o fulano de tal. Estive em falta contigo, mas agora já liberei o perdão para esses e aqueles assuntos. Dei prejuízo Senhor, mas já fui lá e conversei, propus fazer a minha parte; arrependi-me de verdade. Agora Senhor, se tu quiseres, faz o milagre em minha vida: eu preciso disso, disso e daquilo.
Quem tem ouvidos ouça a voz do Senhor:
Mateus 7:8: "Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á." Amém.
Mateus 6:14: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;
Mateus 6:15: Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.
Continue lendo:
I João 2:1: MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
3 E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos.
4 Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.
5 Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
6 Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
7 Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes.
8 Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.
9 Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
10 Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.
11 Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
12 Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome [Jesus Cristo] vos são perdoados os pecados.
2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
3 E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos.
4 Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.
5 Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
6 Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
7 Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes.
8 Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.
9 Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
10 Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.
11 Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
12 Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome [Jesus Cristo] vos são perdoados os pecados.
O Milagre do Perdão
Quando um dos discípulos pediu a Jesus que os ensinasse a orar, Ele ensinou orando o "Pai nosso". E no texto do "Pai Nosso" há uma frase muito conhecida e pouco entendida: "Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve." Quero testemunhar aqui de uma forma bem singela três experiências minhas com o perdão. Eu sei que neste mundo tão violento, se não tomarmos cuidado, podemos repercutir aquele famigerado mandamento "olho por olho e dente por dente".
Quando Jesus ensinou o ato do perdão, ele tinha um propósito: ensinar a confiar nas promessas e provisões de Deus. Mais tem Deus para dar do que o diabo para carregar. Ouvi esta frase ainda criança. E isto se cumpriu literalmente em minha vida em várias ocasiões.
A primeira. Tão logo aceitei Jesus de verdade, em 1985, meus pais muito católicos tiveram uma grande decepção. Eu tinha saído de casa para estudar e trabalhar na grande São Paulo. Dois anos depois, com saudades do sítio, eu estava de volta para a casa deles. Crente convicto. Por pressão do padre, fui "convidado" a sair de casa. Eu não guardei raiva deles. Foi muito difícil mas eu perdoei. Doze anos depois minha mãe se tornou uma crente em Cristo da Igreja Presbiteriana. Dois anos mais adiante, meu pai seguiu o mesmo caminho. Foi uma grande vitória para mim, e quem deu foi Jesus.
A segunda. Em 1993 em estava no sítio. Eu estava vendendo as últimas caixas de tomates de uma experiência de muito trabalho e pouco dinheiro. Um comprador da cidade próximo mandou colher tudo que estivesse nos tomateiros. Foram mais de 200 caixas de 25 kilos cada. Cinco toneladas de tomates. Verificando que o tamanho deles não era o esperado, desistiu da compra.
Assim, no chão estavam estavam 5.000kg de tomates. Era Dia de Finados, quando eu voltei de São Paulo, para o Vale do Rio Doce, onde era o sítio da família. Fiquei tão triste, que não tive coragem de subir até a horta, para ver uma montanha de tomates amadurecendo e se estragando no sol. Eu não dei lugar a raiva. Nem me amargurei com a atitude do comprador. Desde o momento que soube, eu fui orando e contei tudo para Jesus.
Então, eu comecei a ver a mão de Deus. Naquela tarde, um moço da cidade de Muriaé ligou para minha casa. Ele tinha conseguido o telefone do sítio, através de um moço que alugava seu caminhão para que levássemos as hortaliças para o Ceasa de Caratinga.
--Você tem tomate para vender?
--Tenho, mas eles já foram apanhados e estão maduros no chão.
-- Mas são os maduros que eu quero. (O Rio de Janeiro não compra tomates verdes, só maduros.)
E no outro dia, ao lado da montanha de tomates maduros, cobertos por folhas de indaiá, estava um caminhão Mercedes, trucado, com 300 caixas vazias. O preço foi menor do que eu iria ganhar no primeiro negócio.
Mas o testemunho não fica só nisto. Tendo problemas de consciência, o primeiro comprador mandou pagar-me a metade do prejuízo. E somando o que recebi do segundo comprador, com o ressarcimento do primeiro, o total recebido foi maior do que o combinado no primeiro negócio. Quem poderia imaginar que Deus estava neste negócio?
A terceira, e maior experiência. No final dos anos 80 um parente próximo procurou-me para oferecer dois terremos em um bairro da Zona Sul de São Paulo, a 100 metros da Represa do Guarapiranga. Depois, voltou e propôs a compra de mais quatro. Um lugar lindo. Só que poucos anos depois, alguém com apoio da justiça colocou uma cerca de arame de alto a baixo e o negócio complicou-se.
Não consegui as escrituras. Veio a Prefeita Erundina. E um padre da região reunião muitas pessoas e se apossaram da rua em frente aos terrenos. Uma cerca sobre os terrenos e casas sobre a rua. Eu tinha sido enganado. Era uma área em litígio. Tendo ido ao local, um morador saiu para me receber com um facão na mão.
Fui na Imobiliária e ouvi que não era possível vender. E eu mesmo achei que, sem as escrituras não era honesto vender. Foi aí que orei: Senhor, mais tens Tu para dar, do que o diabo para carregar. Em minhas orações eu coloquei aquela causa nas mãos do Senhor.
Decidi passar uma borracha naquele assunto, e mantive a comunicação como o meu parente. Tive oportunidade de receber tudo de volta - a contragosto dele - mas não usei da oportunidade para revidar. Sofri o prejuízo e confiei no Senhor.
Já testemunhei em minhas últimas mensagens que estou trabalhando no Tribunal de Contas do meu Estado. Concurso feito em 2005; 16.000 candidados para cento e poucas vagas. O concurso foi prorrogado por mais dois anos e, por isso, um telegrama chegou à minha casa, avisando para que eu tomasse posse do cargo de auditor.
Com um ano de remuneração neste meu novo serviço, eu poderia comprar hoje todos eles. Eu até tinha me esquecido do assunto, mas em minhas orações da semana passada o Senhor lembrou-me do assunto.
Conheço, por outro lado, um caso muito triste de falta de perdão. Um outro parente, depois de uns 20 anos, viajou para ver a irmã que no passado tivera uma rusga. Ao bater na porta, ela foi abrir. E ao reconhecê-lo, sem nenhuma palavra, fechou porta com um estrondo. Menos de um ano depois ele morreu. Creio que tinha a consciência limpa. Ele dera uma chance para a prática do perdão, mas o ódio do outro lado ainda era tão forte, mesmo tendo se passado mais de 20 anos, não diminuiu.
Sei por experiência própria que se perdoarmos, se nos esforçarmos para perdoar ofensas, prejuízos, e até dívidas, então em nosso coração não haverá lugar para quenenhuma raiz de amargura cresça. E dessa forma e com essa atitude, nós podemos chegar diante do Senhor e expor nossa situação. Assim, mais dias, menos dias, o que Ele vai nos dar será bem maior do que o que o diabo nos roubou.
E foi por isso que guardei bem o texto de dois versículos da Carta de Paulo aos Filipenses: "...E uma coisa faço: e é que esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e olhando para as que estão adiante de mim, prossigo para o alvo pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" Fil.3:13-14.
O valor do perdão pode vir dobrado, triplicado, quadruplicado, decuplicado, ou muito mais que isto. Mas é condicional. Desde que você pare de olhar com angústia o passado. Jesus, através do ensino do perdão, estava dizendo que devemos perdoar para ser perdoados.
O perdão é a única chave que pode abrir as portas das bênçãos que estão no futuro. Negar um perdão é ficar preso ao passado. É a mesma coisa que amarrar uma corrente de aço nos pés, colocar um cadeado nela, fechá-lo, e entregar a chave na mão do diabo. Todo pensamento de amargura e vingança é alimentado (sem que você perceba) por um demônio a serviço do diabo.
Aprenda o propósito do perdão com Cristo para ficar livre das correntes malignas. Conte para O Senhor Deus onde é a sua dor. Onde foi o seu prejuízo. A raiz da sua mágoa. As feridas do seu ressentimento. Aquele enorme prejuízo que você levou. Os abusos que você sofreu. Aquela picuinha que você ainda não esqueceu. Peça forças a Jesus para perdoar. Insista em perdoar. Só assim você vai ficar livre das tranqueiras malignas, para receber as grandes vitórias que o Senhor tem para você.
Com muito carinho, em Cristo
cruzue@gmail.com
Quando Jesus ensinou o ato do perdão, ele tinha um propósito: ensinar a confiar nas promessas e provisões de Deus. Mais tem Deus para dar do que o diabo para carregar. Ouvi esta frase ainda criança. E isto se cumpriu literalmente em minha vida em várias ocasiões.
A primeira. Tão logo aceitei Jesus de verdade, em 1985, meus pais muito católicos tiveram uma grande decepção. Eu tinha saído de casa para estudar e trabalhar na grande São Paulo. Dois anos depois, com saudades do sítio, eu estava de volta para a casa deles. Crente convicto. Por pressão do padre, fui "convidado" a sair de casa. Eu não guardei raiva deles. Foi muito difícil mas eu perdoei. Doze anos depois minha mãe se tornou uma crente em Cristo da Igreja Presbiteriana. Dois anos mais adiante, meu pai seguiu o mesmo caminho. Foi uma grande vitória para mim, e quem deu foi Jesus.
A segunda. Em 1993 em estava no sítio. Eu estava vendendo as últimas caixas de tomates de uma experiência de muito trabalho e pouco dinheiro. Um comprador da cidade próximo mandou colher tudo que estivesse nos tomateiros. Foram mais de 200 caixas de 25 kilos cada. Cinco toneladas de tomates. Verificando que o tamanho deles não era o esperado, desistiu da compra.
Assim, no chão estavam estavam 5.000kg de tomates. Era Dia de Finados, quando eu voltei de São Paulo, para o Vale do Rio Doce, onde era o sítio da família. Fiquei tão triste, que não tive coragem de subir até a horta, para ver uma montanha de tomates amadurecendo e se estragando no sol. Eu não dei lugar a raiva. Nem me amargurei com a atitude do comprador. Desde o momento que soube, eu fui orando e contei tudo para Jesus.
Então, eu comecei a ver a mão de Deus. Naquela tarde, um moço da cidade de Muriaé ligou para minha casa. Ele tinha conseguido o telefone do sítio, através de um moço que alugava seu caminhão para que levássemos as hortaliças para o Ceasa de Caratinga.
--Você tem tomate para vender?
--Tenho, mas eles já foram apanhados e estão maduros no chão.
-- Mas são os maduros que eu quero. (O Rio de Janeiro não compra tomates verdes, só maduros.)
E no outro dia, ao lado da montanha de tomates maduros, cobertos por folhas de indaiá, estava um caminhão Mercedes, trucado, com 300 caixas vazias. O preço foi menor do que eu iria ganhar no primeiro negócio.
Mas o testemunho não fica só nisto. Tendo problemas de consciência, o primeiro comprador mandou pagar-me a metade do prejuízo. E somando o que recebi do segundo comprador, com o ressarcimento do primeiro, o total recebido foi maior do que o combinado no primeiro negócio. Quem poderia imaginar que Deus estava neste negócio?
A terceira, e maior experiência. No final dos anos 80 um parente próximo procurou-me para oferecer dois terremos em um bairro da Zona Sul de São Paulo, a 100 metros da Represa do Guarapiranga. Depois, voltou e propôs a compra de mais quatro. Um lugar lindo. Só que poucos anos depois, alguém com apoio da justiça colocou uma cerca de arame de alto a baixo e o negócio complicou-se.
Não consegui as escrituras. Veio a Prefeita Erundina. E um padre da região reunião muitas pessoas e se apossaram da rua em frente aos terrenos. Uma cerca sobre os terrenos e casas sobre a rua. Eu tinha sido enganado. Era uma área em litígio. Tendo ido ao local, um morador saiu para me receber com um facão na mão.
Fui na Imobiliária e ouvi que não era possível vender. E eu mesmo achei que, sem as escrituras não era honesto vender. Foi aí que orei: Senhor, mais tens Tu para dar, do que o diabo para carregar. Em minhas orações eu coloquei aquela causa nas mãos do Senhor.
Decidi passar uma borracha naquele assunto, e mantive a comunicação como o meu parente. Tive oportunidade de receber tudo de volta - a contragosto dele - mas não usei da oportunidade para revidar. Sofri o prejuízo e confiei no Senhor.
Já testemunhei em minhas últimas mensagens que estou trabalhando no Tribunal de Contas do meu Estado. Concurso feito em 2005; 16.000 candidados para cento e poucas vagas. O concurso foi prorrogado por mais dois anos e, por isso, um telegrama chegou à minha casa, avisando para que eu tomasse posse do cargo de auditor.
Com um ano de remuneração neste meu novo serviço, eu poderia comprar hoje todos eles. Eu até tinha me esquecido do assunto, mas em minhas orações da semana passada o Senhor lembrou-me do assunto.
Conheço, por outro lado, um caso muito triste de falta de perdão. Um outro parente, depois de uns 20 anos, viajou para ver a irmã que no passado tivera uma rusga. Ao bater na porta, ela foi abrir. E ao reconhecê-lo, sem nenhuma palavra, fechou porta com um estrondo. Menos de um ano depois ele morreu. Creio que tinha a consciência limpa. Ele dera uma chance para a prática do perdão, mas o ódio do outro lado ainda era tão forte, mesmo tendo se passado mais de 20 anos, não diminuiu.
Sei por experiência própria que se perdoarmos, se nos esforçarmos para perdoar ofensas, prejuízos, e até dívidas, então em nosso coração não haverá lugar para quenenhuma raiz de amargura cresça. E dessa forma e com essa atitude, nós podemos chegar diante do Senhor e expor nossa situação. Assim, mais dias, menos dias, o que Ele vai nos dar será bem maior do que o que o diabo nos roubou.
E foi por isso que guardei bem o texto de dois versículos da Carta de Paulo aos Filipenses: "...E uma coisa faço: e é que esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e olhando para as que estão adiante de mim, prossigo para o alvo pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" Fil.3:13-14.
O valor do perdão pode vir dobrado, triplicado, quadruplicado, decuplicado, ou muito mais que isto. Mas é condicional. Desde que você pare de olhar com angústia o passado. Jesus, através do ensino do perdão, estava dizendo que devemos perdoar para ser perdoados.
O perdão é a única chave que pode abrir as portas das bênçãos que estão no futuro. Negar um perdão é ficar preso ao passado. É a mesma coisa que amarrar uma corrente de aço nos pés, colocar um cadeado nela, fechá-lo, e entregar a chave na mão do diabo. Todo pensamento de amargura e vingança é alimentado (sem que você perceba) por um demônio a serviço do diabo.
Aprenda o propósito do perdão com Cristo para ficar livre das correntes malignas. Conte para O Senhor Deus onde é a sua dor. Onde foi o seu prejuízo. A raiz da sua mágoa. As feridas do seu ressentimento. Aquele enorme prejuízo que você levou. Os abusos que você sofreu. Aquela picuinha que você ainda não esqueceu. Peça forças a Jesus para perdoar. Insista em perdoar. Só assim você vai ficar livre das tranqueiras malignas, para receber as grandes vitórias que o Senhor tem para você.
Com muito carinho, em Cristo
cruzue@gmail.com
João Cruzué edita o blog Olhar Cristão e colabora com o Tenda na Rocha
Um comentário:
Palavra Maravilhosa!!! Testemunhos muito edificantes!!!
Jáder Germano de Barra Mansa-RJ
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