O Milagre de Deus em minha mangueira

Wilma Rejane


Era domingo, o jardim ainda estava molhado da chuva que havia caído na noite anterior, o céu se abria como cortina, mostrando o sol e afastando as nuvens cinzas. Acordamos, e antes de nos aprontarmos para irmos a igreja, fomos contemplar a bela manhã com as netinhas a correr nas passarelas do jardim. Ao olharmos para a mangueira (que esse ano coloca suas primeiras mangas), vimos um cenário desolador: a pequena árvore estava empestada de lagartas-de-fogo! Podíamos ouvir o barulho das lagartas devorando as folhas da mangueira, o estrago já era visível, que horror! Retiramos as netinhas do jardim, pois, lagartas-de-fogo provocam queimaduras na pele e tão grande quantidade delas era uma ameaça! Meu esposo ficou olhando para a copa da mangueira, sem acreditar naquilo: por que elas estavam ali? Como retirá-las? Minha primeira atitude foi de espanto e depois de oração: orei a Deus para poupar nosso jardim. Meu esposo conseguiu matar algumas lagartas embebendo pano no álcool e ateando fogo, mas eram muitas.





Gravamos esse pequeno vídeo. As lagartas verdes, nas folhas verdes, são mais difíceis de serem vistas, mas se prestarem bem atenção dá para identificar. As lagartas cor de laranja são mais visíveis. A maioria era de lagartas verdes.


 Não sei se acontece com você, mas diante de fatos como este, costumo fazer um exame de consciência, interrogar a mim mesmo sobre o pecado, se a situação vivida é resultado de algo que fiz, como se minhas ações tivessem o poder de provocar reações de ordem espiritual. Não estou totalmente equivocada pois, a ordem natural da vida diz que colhemos o que plantamos (Gálatas 6:7). O problema está em reduzir a ação de Deus à minha pequenez. A graça, abundante graça, está acima do que sou e do que faço. Deus age e sua ação independe da minha, essa é a verdade. Se Deus agisse apenas por meio da perfeição humana, estaríamos todos perdidos, pois não há um justo sequer sobre a terra (Romanos 3:10). Deus não se resume a um povo, uma religião, não se resume sequer a minha fé, pois, por mais fé que eu tenha, Deus fugirá à minha compreensão e agirá para além de minhas reações. Entretanto, caros leitores, jamais haverá um meio melhor e mais perfeito do que o de entregar toda nossa vida aos cuidados de Deus. Jamais haverá outro caminho mais perfeito e mais excelente do que o de confessar a Cristo com todo o ser e por meio Dele viver! 


Voltando para sombra de minha mangueira, que a essas alturas, já não era a mesma, fiquei a meditar no significado daquela devastação. Na segunda feira, meu esposo precisou viajar bem cedo e após tomar as medidas possíveis, deixou para o dia seguinte (terça-feira) o borrifar veneno na mangueira e fazer uma poda. Na segunda à noite,  tornei a orar pela mangueira, da janela da sala, eu olhava para a árvore e conversava com Deus, expus meu coração para Ele, comparando aquela situação com algumas situações da vida que me devastavam a alma e me faziam sentir impotente. Era preciso confiar na bondade de Deus e também em sua ação, pois, a bondade (que eu não tinha) sempre fora insuficiente, especialmente para lidar com coisas que eu não compreendia.  Conversar com Deus é bom, mesmo quando não estamos certos de Sua resposta, o fato de estarmos ligados a Ele nos conforta e traz indescritível paz. E a paz no coração não deixa de ser uma resposta, a de que aconteça o que acontecer, Deus está vigilante, nada escapa a Seu olhar, ao Seu agir. A paz que o mundo não pode dar, Deus coloca em nosso coração, portanto, nenhum mérito nos cabe, pois, quando estamos fracos, bem fracos, é Deus quem nos torna fortes.

Pois bem, na terça-feira, pela manhã, todas as lagartas haviam sumido! Não chegamos a colocar veneno, o recipiente do veneno ainda hoje está inviolado. Não realizamos poda, nada.  Remexemos os vasos de plantas, as folhas de outras árvores próximas, e nada de lagartas, elas haviam sumido de verdade, da noite para o dia, sem deixar rastro! Aleluia!

E aí está a copa de nossa pequena mangueira, duas semanas após o ataque das lagartas. Novas folhas estão brotando, os frutos aparecendo, ela está se renovando, com a bênção de Deus.



Aprendi que jamais devemos deixar de orar, por todas as coisas, não apenas pelo que achamos grave e grandioso, mas também pelas coisas que parecem pequenas e que sempre estão lá, perto, como os animais, as plantas, e outras. Aprendi que há circunstâncias em nossas vidas que estão exatamente como a minha mangueira: devastada. Por mais que tentemos resolver com nossa própria força, não conseguiremos. Somos surpreendidos pelo mal, não entendemos muitas coisas que acontecem conosco, isso não significa que fomos abandonados ou esquecidos por Deus, Ele nos vê e age para além do que pensamos ou vemos, Deus age à Sua maneira e a Seu tempo. Nada, absolutamente nada nessa terra é impossível para Deus. Por isso, caro leitor, não se desespere, não desista de viver com Deus a cada dia, pois o Senhor é bom e justo.

Deus o abençoe.



4 comentários:

Unknown disse...

Se Deus ouve oracôes em favor de uma mangueira que está sendo devastada por largatas de fogo, não ouvirá o clamor de uma mãe por seus filhos que estão sendo levados paran o matadouro? SIMMMMMMMMM é certo que Ele está ouvindo e vai trazer, fazer e cumprir todas as suas boas promessas aos que a Ele clamam dia e noite! Aleluia!


Karem Feitosa disse...

Amém glória a Deus por esta mensagem grandiosa. O Senhor cuida de nós como o seu jardim. Lindo ver a fidelidade de Deus. Linda mangueira.

Wilma Rejane disse...



Amém irmã Elisabeth!

E só pra complementar: a situação de minha mangueira, sua devastação e restauração me fez lembrar também da abobreira e o profeta Jonas.

Abraço,

Deus a abençoe

Wilma Rejane disse...



Olá Karem,

O Deus que cuida de nossos jardins, conhece bem o terreno do nosso coração. Ele sabe quando a sequidão insiste em matar algumas de nossas certezas, daí Ele vem, com Sua chuva (as vezes uma fina neblina) e nos restaura o ânimo.

Obrigada, Karem. Fiquei feliz em te rever (ainda que virtualmente). Abraço, fraterno.