Wallace Sousa
Eu estava meditando, já há alguns dias, que precisava escrever novamente sobre motivação. Apesar de gostar de escrever sobre vários assuntos, a motivação é algo que me traz muito prazer em escrever. Uma coisa que os leitores não devem fazer idéia ou ter noção é que nós que escrevemos… ops, não conheço outros que escrevem sobre motivação para falar em seu nome…
Reformulando: eu que escrevo sobre motivação também tenho meus momentos “down“, pra baixo. Inclusive, 2011 foi um ano em que praticamente desisti de viver, perdi o prazer de viver. Sim, é verdade, passei por isso, e olha que não é a primeira vez que sofro disso.
Mas, calma, não quis me suicidar, nada disso, apenas achei que a vida tinha perdido o sentido ou que ela não tinha mais atrativos para mim. Não é estranho isso? Tenho uma esposa maravilhosa, trabalho no órgão que queria, num cargo cobiçado e desejado, meu ambiente de trabalho é agradável, mas… pra mim, nada disso parecia ser relevante.
Você já experimentou a sensação [desagradável] de gostar de uma comida e, de repente, ela perder o sabor, como se o gosto dela sumisse? Pois é, pois foi, aconteceu comigo.
Certa feita, conversando com um colega que é professor de cursinho, bem requisitado e bem conceituado, comentei que estava meio desanimado. Então ele olhou pra mim com certo espanto (se não foi, fingiu bem) e soltou a bomba: “mas como uma pessoa que escreve sobre motivação pode ficar desmotivado?”. De fato, a pergunta dele me pegou em cheio, mas… respondi: “e como vou escrever sobre como vencer o desânimo e a desmotivação se eu não passo por isso, pra saber como é?”. Xeque, chefe. Ele concordou, e eu fiquei pensando: será que sou minha própria cobaia de meus textos? Talvez sim.
Deus iluminou minha mente para mudar esse quadro, e vou lhe dizer algo que pode mudar o quadro de sua vida. Sabe, às vezes nos esquecemos ou fazemos questão de negligenciar, mas as derrotas são ótimas professoras. Duvida? Então leia e, se não mudar mesmo, pode deixar sua crítica.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado [1]; mas uma coisa faço [2], e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam [3], e avançando [4] para as que estão diante de mim [5], Prossigo para o alvo [6], pelo prêmio [7] da soberana vocação [8] de Deus em Cristo Jesus [9]. (ênfases minhas)
Filipenses 3.13 e 14
1. Insatisfação com o comodismo
Quando Paulo afirma que julga ainda não ter alcançado aquilo que ele poderia e que deveria alcançar, eu fico a pensar o que estava lhe faltando, tirante os problemas e perseguições, que lhe eram constantes.
Afinal, ele era um gigante espiritual, e já poderia dizer que havia chegado ao topo, ao auge. Esse é o problema: quando achamos que chegamos ao nosso máximo, estamos abrindo espaço para que o desânimo faça guarida em nossa vida.
Para que nossa vida continue crescendo, precisamos desenvolver uma salutar insatisfação contra a mediocridade e o comodismo. Eu me lembro que após ver que havia passado no concurso do DNIT, em 2006, sem estudar tanto o que deveria e que podia, vi-me, ali, descobrindo que poderia ir mais longe, que era possível atingir um outro nível, se eu me esforçasse mais.
A partir dali, não sosseguei até atingir meu potencial, até chegar ao ponto de dizer: dei meu máximo, fiz o que pude.
Tem um verso na Bíblia que diz: “faça conforme as tuas forças“, e isso significa que Deus não exige de você além daquilo que você é capaz. Mas, também quer dizer que Ele não fica satisfeito quando você fica acomodado e aquém do que pode alcançar.
Enquanto você estiver enredado no canto da sereia do comodismo, você nunca vai chegar ao seu destino, nunca será aquilo que alguém lhe disse um dia, que você tinha um futuro brilhante e promissor.
É momento de levantar a cabeça e sacudir essa poeira da acomodação e partir para um novo desafio, independentemente do que você espera – ou não – encontrar pela frente.
Justamente por não me acomodar é que passei, depois disso, no concurso de Administrador do Estado de Mato Grosso, analista administrativo da Advocacia-geral da União, Tribunal Regional Federal 1ª Região, Ministério Público da União e, por fim, analista da Controladoria-geral da União.
E se eu tivesse me acomodado, jamais saberia que poderia ir mais longe. E você, está pronto para tentar mais uma vez?
2. Planejar é bom, mas executar é essencial
Preste atenção no que Paulo disse: “uma coisa faço“. Existe uma frase que diz muito com poucas palavras: “quem falha em planejar, planeja para falhar“. É verdade. Mas, ficar só no planejamento, só no projeto, também não leva a lugar algum.
Muitas pessoas são capazes de fazer grandes projetos, mas incapazes de colocá-los em prática, e se frustram do mesmo jeito. Você deve conhecer pessoas craques em planejar, em fazer projetos lindos e maravilhosos, mas na hora de tirar do papel… é só frustração e decepção.
Eu não sei porque as pessoas são assim, só sei que EU não quero ser assim.
Eu já escrevi sobre como planejar de forma adequada um projeto para passar em um concurso público, mas de nada adianta colocar no papel, mas deixá-lo lá, ou seja, não tirar do papel, é apenas iludir-se.
Quando eu pensava nisso para escrever, pensei exatamente isso: estou colocando minhas idéias no blog justamente para você tirá-las do papel. Captou, né? risos
3. Superação dos reveses passados
É muito provável que você já tenha passado por isso: ficar prostrado e abatido por conta de situações de seu passado que deixaram marcas e feridas, não é mesmo? Todos enfrentamos situações que nos marcam e, às vezes, as marcas são mais profundas do que desejaríamos que fossem e temos coragem de admitir.
Até aí, tudo bem, tudo normal. O problema é quando deixamos que essas coisas atrapalhem nossas vidas e emperrem nossos sonhos.
É muito comum encontrar pessoas que carregam fardos do passado e deixaram crescer raízes de amargura em suas vidas. Essas raízes, que têm sua origem no passado, amarram nosso presente e comprometem nossos projetos futuros.
Solução? Pare de sofrer por causa de seu passado! A frase de Paulo “esquecendo-me das coisas que para trás ficam” é a deixa para olhar para o futuro, viver o presente e deixar o que ficou no passado para trás.
Não se engane, guardar amargura só fará com que seu presente se torne insosso e seu futuro seja menos doce. Por que ficar carregando um fardo sem necessidade?
4. Não pare no meio do caminho
A frase que contém a palavra avançando também merece atenção. Agora que você já deve estar convencido a deixar o passado para trás, não fique parado, não senhor! É momento de avançar, porque é pra frente que se anda, e seus alvos, ah… seus alvos!
Onde estão eles? Claro, estão em sua frente, certo? E o que você deve fazer para alcançá-los? Avançar.
Compreendeu o que acabei de dizer? Não basta parar de olhar no retrovisor da vida, com medo de ser alcançado por seus medos e temores, como se estivesse sendo perseguido por um sabujo (cão farejador), você tem que aproveitar o fato de estar economizando suas energias, que eram antes canalizadas para esconder-se dos fracassos pretéritos, e investi-las na conquista daquilo que realmente importa: seu projeto de vida futuro.
Você já ouviu falar de alguém que atingisse seus objetivos parando no meio do caminho?
5. Não perca o foco
Sabe quais são os principais motivos de fracasso? São a falta e a perda de foco. A falta de foco é o que ocorre quando você NÃO tem foco, ou seja, não sabe bem ainda o que quer.
Já a perda de foco é quando você JÁ sabe o que quer, mas se deixa levar pelas circunstâncias e acaba por desviar de seu objetivo ou colocá-lo em segundo plano. Ambas as coisas são ruins, e não sei dizer qual é a pior.
Quando Paulo disse que avançava, ele não o fazia sem rumo certo, pelo contrário, ele tinha uma direção a seguir: para frente. E como ele sabia que deveria ir em frente? Porque ele via, diante de si, aquilo que ele deveria atingir.
Você sabia que, muitas vezes, as coisas estão bem diante de nossos olhos, bem “debaixo de nosso nariz” e não conseguimos vê-las? Nesses momentos, é necessário contarmos com o apoio de alguém de fora que venha a nos ajudar a recuperar a calma, olhar sem afobação e assim podermos enxergar a saída. Se você quiser ser um vencedor, mesmo que a torcida esteja apostando em seu fracasso, não perder o foco é primordial.
Como administrador (formado, não atuante), já estudei alguma coisa sobre o poder das metas, e sei que uma pessoa sem metas é alguém que qualquer caminho serve, já que ela não sabe onde quer chegar.
E isso é muito importante para que não se perca o foco, afinal, como permanecer focado sem um alvo fixo e uma meta estabelecida? Não tem como.
Todavia, a definição das metas deve obedecer a alguns parâmetros, senão isso pode ser um fator de desmotivação, ao invés de motivação. Estranho, não é mesmo, que meta possa vir a ser desestimulante?
Pois é, mas converse com vendedores em fim de mês, com gerentes de banco e outros profissionais que morrem vivem de bater (ou não) metas! Sinta o drama.
Mas, para que você não caia nessa armadilha, trace suas metas assim: objetivamente, realisticamente, satisfatoriamente e sempre respeitando suas limitações, de modo que não sejam inatingíveis.
Fazendo assim, você, ao se esforçar ao máximo, poderá até se dar ao luxo de superá-las! De outra feita, ficará frustrado ao não atingi-las.
Você tem metas? Elas obedecem aos parâmetros citados?
7. Visualize a recompensa prometida
O que vou dizer agora não é unanimidade entre os motivadores. Aliás, nem posso me considerar um motivador: não dou palestras, não ganho dinheiro com isso e não tenho fama e prestígio (sem bem que prefiro Chokito… risos).
Em suma, o que vou dizer pode ser – ou não – útil pra você. Avalie e faça uso por sua própria conta e risco.
Já vi muitos concurseiros experientes dizerem que você pode colocar a cópia de um contracheque do cargo que você quer ocupar, o carro que você quer comprar, a viagem que você almeja fazer, etc., na sua frente enquanto estuda.
Não nego que isso é uma motivação a mais, e acrescento: comece a se ver fazendo aquilo que você está projetando conquistar, para que, nos momentos de incerteza, você possa olhar para frente e dizer a si mesmo: não vou desistir, eu tenho um sonho.
Acabei de dizer aos meus alunos adolescentes da escola dominical: os irmãos de José ficaram com inveja porque ele sonhou coisas da terra, e logo depois ele sonhou com as coisas do céu.
Quer saber? Sonhe mais alto, sonhe mais longe, sonhe mais, seja ousado. Quando decidi que queria trabalhar na Controladoria-geral da União, agendei um dia e fui conversar com um rapaz que trabalhava lá e a quem admirava.
Tive um professor (também pastor) português que nos contou um pouco de sua história. Ele disse que foi em uma faculdade fazer a entrevista para ingresso (vestibular de lá) e a entrevistadora fez as perguntas de praxe e lhe questionou o que ele fazia e tal. Ele respondeu que era pastor evangélico.
Ela então disse: “por que você está aqui? nós não temos interesse em pastores sendo nossos alunos!”. Sabe o que ele pensou? “Bem, se eles não me querem como aluno, quem sabe como professor?”. E ele estava no Brasil justamente para ministrar aulas por aquela faculdade que o rejeitou como aluno.
E você, tem recuado diante das críticas e palavras desanimadoras que ouve? Que tal sonhar mais alto, ou já desistiu de seus sonhos?
8. Descubra sua vocação, invista e insista nela
Uma das críticas que sempre faço aos que querem estudar para passar em um bom concurso é que não devem olhar apenas para o salário, mas para o conjunto. Não se pode isolar um elemento de seu contexto natural e querer que as coisas funcionem como se estivessem desligadas umas das outras.
Uma atividade a ser desempenhada é semelhante a comprar um carro: o carro pode ser ótimo, mas se assistência técnica e peças for deficiente, você está com uma dor-de-cabeça nas mãos.
Assim, é preciso que, antes de tudo, você descubra aquilo que você gosta e se sente apto a fazer com qualidade e satisfação, sabendo que todo aquele esforço deve trazer recompensa e gratificação, e não desilusão e insatisfação.
Depois que você descobrir sua vocação, aquilo que você realmente quer na vida, é momento de investir nela, de buscar trazer à realidade aquilo que existe apenas em sua mente. Mas, descobrir e investir em sua vocação nem sempre são suficientes para que o sucesso torne-se real: às vezes, é preciso insistir em sua vocação.
Sabe, as dificuldades também são um filtro para nos mostrar se estamos mesmo convictos daquilo que queremos para nossa vida. São as dificuldades que vão nos mostrar o quanto queremos, de fato, algo.
Já passei por várias situações assim, e me lembro de uma em especial, quando estava pensando em desistir, mas levantei a cabeça no último instante e disse a mim mesmo: eu vou até o fim, dê o que der, haja o que houver, não vou desistir.
Naquele momento, a única coisa que contava era não desistir, não parar. Mas, para minha surpresa, venci. Venci porque não desisti.
Paulo, apesar de ter sofrido horrores, não desistiu, pois fazia aquilo para o qual, literalmente, fora chamado. E você, já descobriu qual é o seu chamado (vocação)?
9. Eleja um modelo para nele se espelhar
Isso é um pouco constrangedor: falar de modelos a serem seguidos. Aqui no Brasil, infelizmente, vemos uma profusão de maus exemplos permeando a política, o governo, a polícia e as lideranças religiosas. Nossos jovens, às vezes, sentem-se perdidos ao procurar um modelo a seguir.
Nas favelas, não é raro encontrar as crianças querendo ser bandido ao invés de mocinho, quando crescer. Os exemplos de enriquecimento fácil e ilícito deixam nossos jovens desnorteados, e muitos se perguntam por quê ser honesto e trabalhador se são os bandidos que se dão bem.
Mas, para que você seja uma pessoa bem-sucedida e feliz, seu futuro está atrelado àquilo que você fará no futuro. A história tem comprovado que não basta ser rico e poderoso para ser feliz. Ser feliz é muito mais do que isso e, não raras vezes, muito diferente disso.
Escolha um modelo a seguir que lhe dê segurança de que você fez a escolha certa, e que tanto ao final de sua carreira como de sua vida, você olhará para trás e dirá: valeu a pena.
Paulo escolheu Jesus como modelo a seguir e, mesmo tendo vivido uma curta vida de perseguições e tormentos, ele encerrou suas palavras dizendo “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. 2 Timóteo 4:7.
Logo mais, ele perderia a cabeça, mas não perdeu a esperança. É disso que estou falando, que você faça suas escolhas sabendo que um dia vai olhar para trás e pesar sua existência na balança da vida.
Depois que as coisas supérfluas caírem, ainda sobrará alguma coisa de que se orgulhar? Se não, a vida passou, mas você não a viveu como deveria e podia.
Escolha bem o modelo que deseja seguir hoje, porque nesses dias de BBB e de jogadores-problemas, que jogam sua carreira, seu talento e seu futuro na lata do lixo da mídia e da história, você tem muito a perder se fizer as escolhas erradas.
É a sua vida que está em jogo, ou você já se esqueceu disso?
Conclusão
Um dia, vai chegar sua oportunidade, vai chegar sua vez. Não é preciso ter pressa, sabia? A opção é simples: não desistir, mas sim persistir e prosseguir, mesmo que as coisas não estejam saindo do que planejamos ou desejamos.
É melhor que a oportunidade, quando chegar, não nos pegue desprevenidos e despreparados, mas prontos para aproveitá-la e saboreá-la. Que tal?
Se você persistiu e conseguiu chegar até aqui (risos), agradeço seu esforço e pelo a gentileza de deixar um comentário dizendo o que achou ou avaliando o post, clicando em Curti, Gostei , +1 ou nas estrelas, a seu critério.
Que o Senhor te abençoe ricamente.
Wallace Sousa escreve o Desafiando Limites e é colaborador do Tenda na Rocha
4 comentários:
Wallace Deus abençoe. Amo ler seus post. Deus continue te abençoando.
Maravilhoso artigo. Nos da coragem para sonhar, avançar e ter a verteza de que um dia iremos alcançar aquilo que tanto almejamos. Muito obrigado pelas palavras.
Wallace, Que Deus te abençoe hoje e sempre.
Muito bom! Deus abençoe!
Muito bom! Deus abençoe!
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