Por Wilma Rejane
Minha professora de Antropologia, do curso de Ciências Sociais, Professora Márcia Adriana, publicou um comentário aqui no blog, na postagem : A jovilialidade do idoso x A sabedoria do jovem. Considerei suas palavras tão sábias que pedi autorização para republicá-las como artigo. Ela autorizou e aqui está, um texto que lança um olhar sem discriminação, sem preconceito, sobre a idade de cada um. As referências autorais estão no final do artigo
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Acredito que temos a idade em três dimensões. Vejamos, tem-se as idades biológica, física e psíquica, ou seja, biologicamente, tem-se 44 anos, contudo, as emoções, pensamentos, permeiam pela faixa etária dos 35- 36 anos e assim, se porta, mais madura, crescida, porém com outro olhar sobre o próprio corpo e as dimensões que permeiam o relacionamento com o outro. Em outro contexto, tem-se alguém com 32 anos, mas que emocionalmente, pelas responsabilidades assumidas, tem fisicamente 44 anos, e pensa com maior maturidade sobre as coisas.
O tempo é uma construção sócio cultural. E a jovialidade também é uma categoria cultural. Como diz Virginia Wolf:" o tempo de espírito é diferente do tempo do relógio". E, as construções temporo-espaciais vão ganhando outras dimensões, outros significados. Ninguém tem o direito de dizer a alguém o que pode ou não usar, o que fica bem ou não, porque cada um tem algo que se chama de "bem-estar bem". E, com o passar dos anos, e com a maturidade, a vida vai sendo redimensionada, modificada, amplificada pelo aproveitamento melhor das relações, pelo valor que é dado ao ser e não ao ter, pela alegria de um encontro, pelas melhores formas de trabalhar as dificuldades, superando-as...
E, nesse contexto, em que se valoriza a construção imagética do que seja jovialidade, está é perdida na dimensão física, quando o como se sente, e como se percebe, e como se está vivendo a vida são dimensões absurdamente maiores e mais preciosas. Por isto, trata-se de Seres humanos, Homens, Mulheres adultos apenas, com mais ou menos maturidade, mais ou menos construções sólidas no campo do conhecimento adquirido ou/ e partilhado.
E, nesse contexto, o velho, a velhice, biológica vai se apresentando e se presentificando a cada instante, contudo, a maneira como vivemos, a qualidade de vida que temos ressignificam o olhar das transformações que se passam no nosso corpo físico. Por isso, não estou negando as transformações, graças a Deus as temos, ninguém quer ser pedra... Mas, estou enfatizando que o nosso olhar sobre o que nos acontece faz toda uma diferença.
E, como o nosso corpo é um "out-door" da cultura, como diz Canevacci, colamos neste e usamos o que naquele momento acreditamos e nos representa. Por isso, sou feliz com minhas múltiplas idades. E, para quem me pergunta quantos anos tenho? Sempre devolvo a pergunta com: quantos anos você me dá? Para tentar compreender o olhar do outro sobre o que apresento naquele momento, que pode ou não externar o que sinto, e o que sou. E, viva a ampliação dos olhares sobre a nossa qualidade de vida!
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Antropologia é a ciência
que estuda o ser humano em todos os seus aspectos, em suas relações
dentro da sociedade. Eu, Wilma Rejane, sou simplesmente apaixonada por
esse ramo das Ciências Sociais, entendo que a Bíblia é um relato
antropológico formidável e Jesus Cristo é o maior Cientista Social que
já existiu!
Profª Márcia Adriana Lima de Oliveira, mestra em Ciências Sociais, ministra a disciplina Antropologia na Universidade Estadual do Piauí. Entre outras atividades, edita o blog Universo Sócio-Antropológico.
2 comentários:
E como ja dizia Calebe estou com 80 anos mas me sinto com 40 anos .... eu acho que sou como Calebe amiga .... kkkk tenho 42 e me sinto com 22 kkkk .... pelo mesmo é que todos falam de mim que pareço uma menina kkk... e eu amooo kkk e em Cristo somos mais que vencedoras não é mesmo ??... adorei seu post amiga ... bjus fik na paz
Oi Rosana,
Também tenho quarenta e uns (mistério rá! rsrs) e penso, sabe, ter uma idade que só pertence a mim mesma com juventude e velhice reunidas. Afinal, se jovem e velho são apenas adjetivos aparentes, podendo não definir exatamente o ser... Eis a questão.
Agora, se ser jovem significar corpo sem rugas,firme, mente imatura e ser velho significar, flacidez de pele, rugas e mente sábia... Então os padrões já estarão definidos, determinados e eu estarei (nós estaremos) na meia idade amiga, no "point" dos termos.
Fico com o que não está no padrão, com a idade da alma, invisível (ou não) aos olhos dos homens e conhecida aos olhos de Deus.
Abraço,
Deus a abençoe
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