Morremos a cada dia, enquanto se vive. E quando se vive com Cristo, se morre para viver eternamente. |
Wilma Rejane
Pelos
vales e copas das amoreiras, Israel venceu a guerra com uma estratégia
liderada por Rei Davi sob orientação de Deus. Cercados por todos os
lados os filisteus foram constrangidos a se entregarem. Essa batalha
está descrita no livro de I Crônicas 14: 14-17. Um exército de homens
constrangidos, sem qualquer saída. É com esse sentido que apóstolo Paulo
escreve a carta de amor e fé aos irmãos de Coríntios: “ Pois o amor de
Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por
todos; logo, todos morreram.” II Cor 5:14
Constrange: Do idioma grego sunecho (Strong 4912) de sun “junto, seguro, firme, sem saída”
O
amor de Cristo nos cerca, segura firme, completa de tal forma que não
deixa espaço para amor maior ou mesmo igual ao Dele. É um abraço, e o
mais seguro e firme que existe. Paulo foi alguém abraçado por Cristo e
constrangido a servi-Lo, porque Nele se completou.
No
constrangedor verso de Paulo, encontramos um outro cerco: o da morte. É
estranho pensar em um chamado à morte, essa é uma verdade que tem sido
evitada quando se fala em Salvação. Porque vivemos um tempo em que
Evangelho se tornou sinônimo de prosperidade, riquezas e nada de
sofrimento. Mas o abraço de Deus para nós, é banhado de sangue, a custo
de cravos, espinhos e espancamento. De um amor tão indecifrável que a
morte não pôde matar, antes foi vencida!
Esse
constranger, é o mesmo que fez Pedro se perguntar: “Senhor, para onde
iremos nós, se somente Tú tens as Palavras de vida eterna?” João 6: 68.
Não há outra saída, modo, abraço melhor que o Teu! É o mesmo que disse
ao profeta Jeremias: “ Desce a casa do oleiro e lá falarei contigo”
Jeremias 18:2. Suporta as aflições Jeremias, Eu Sou o que te moldo
através delas, na tua humilhação ouvirás minha voz, estarei sempre
contigo, oh glória!
Esse
constrangedor abraço de Deus me faz pensar em nossa pequenez de homens e
nos esforços empreendidos para superarmos a corrupção presente no mundo
que de forma direta ou indireta nos abala. Morremos a cada dia
enquanto se vive. E quando se vive com Cristo, se morre para viver
eternamente. É por isso que ser cristão constrange, a graça não é nossa,
nem o mérito, nem qualquer bondade, mas sim Daquele que morreu em nosso
lugar para nos salvar.
Esse
amor nos consola e iremos sentir o calor desse abraço, mesmo nos dias
mais frios, especialmente neles. Olharemos para os montes, os lugares
além da terra e saberemos que se hoje contemplamos em espírito a glória
reservada aos santos, amanhã viveremos em verdade o que nem olhos viram,
nem ouvidos ouvidos e nem todas as Palavras conseguiram falar da
herança reservada nos céus. Cristo nos constrange, nos segura firme em
um cerco que que nos arrodeia de cuidados.
Cristo
ao redor e o diabo ao derredor I Pedro 5:8. Quando o mar se agita, as
ondas batem primeiramente Nele, quando o frio chega, o vento forte, o
fogo, Ele continua abraçando firme:
"Quando
passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama
arderá em ti.
Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o
Egito por teu resgate, a Etiópia e a Seba em teu lugar.Visto que foste
precioso aos meus olhos, também foste honrado, e eu te amei, assim dei
os homens por ti, e os povos pela tua vida.
Não temas, pois, porque estou contigo. "Isaías 43:2-5
Certa
vez ouvi de um ministro do Evangelho a história de uma prostituta que
havia entregado a vida a Cristo. Ela era viciada em drogas e o processo
de desintoxicação estava lhe causando calafrios, dores e angústia,
contudo ela se recusava a provar a droga mais uma vez e quando a levavam
para o hospital, no percurso, encolhida no carro, ela dizia: " Eu sei
que Tú me amas Jesus, sim Tú me amas, Tú me amas e isso é tudo".
Abraçada por Deus e constrangida pelo amor de Cristo, ela venceu a si
mesma e ao mundo.
Esse
abraço é de uma ternura sem par e também me abraçou. Nunca mais fui a
mesma. E por isso sei que devo estender e emprestar os braços para
aqueles que ainda não conhecem o constrangimento de viver por Cristo.
Ainda que eu falhe, Ele permanece fiel porque não pode negar a si mesmo e
sua essência é puro amor. Por mais que façamos, somos insuficientes e
miseráveis, trapos de justiça. Mas na cruz, somente nela, está o mais
perfeito e consolável abraço de um Cristo que se entregou para que
conhecêssemos o que é amor.
Natal é Cristo que nos abraça, que nos Salva. É nascimento e ressurreição, é transformação surgida da fé não em uma data, mas no Evangelho. Que esse Natal seja realidade na vida dos homens.
Deus o abençoe.
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