Água para Casamento



Wilma Rejane



“ Disse Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima”  João 2:7
Jesus havia percorrido cerca de 12 quilometras, de Nazaré a Caná da Galileia, para participar de uma festa de casamento. Uma grande festa, a julgar pela quantidade de convidados. E a melhor coisa que poderia ter acontecido ao casal de noivos naquele dia festivo, seria a presença de Jesus na cerimônia.

Bem, depois disso viria a lua de mel, mais feliz e tranquila, depois do milagre realizado por Jesus naquela ocasião: transformar água em vinho.  É que em meio a festa, o vinho acaba. E esta era a bebida principal para acompanhar as refeições servidas. Se os convidados descobrissem não haver mais vinho, certamente dariam um até logo para os noivos e iriam para suas casas, quem sabe comentando sobre a falta de organização e escassez de recursos da família.

Pela descrição do milagre, constado apenas no Evangelho de João, além dos noivos, somente  Maria e os empregados da cozinha ficaram sabendo sobre não ter mais vinho. Nem mesmo o mestre sala, responsável por coordenar o servir dos convidados parece ter se dado conta do problema.  Significa que a provisão de Jesus chegou no momento oportuno, tão eficazmente que não prejudicou o andamento do evento.

As talhas na casa dos noivos


 “E estavam ali postas seis talhas de pedra, para a purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. “ João 2:6



Talhas eram bacias de pedra usadas para purificação externa dos judeus: lavar mãos e pés. Ficava na entrada da casa para facilitar o uso. Esse hábito representava além de higiene, hospitalidade. “Almude” era uma unidade de medida para líquidos, especialmente vinhos. O valor de um almude variava de região para região, mas geralmente era entre 16 a 25 litros. Se cada talha tinha capacidade para dois ou três almudes,  as seis talhas em Caná, somavam cerca de 450  litros de água disponível para o ritual de limpeza dos convidados.

Voltemos nossa atenção para essas talhas. Quando o vinho acaba, Jesus pede aos empregados para encher todas elas. Não se sabe se estavam vazias devido o manuseio dos convidados, ou se estavam cheias de água suja e Jesus renova a água para posteriormente transformá-la em vinho. O Evangelho diz claramente que Jesus pediu para encher as talhas totalmente (João 2:7), usando toda a capacidade dos recipientes. As talhas são deslocadas para um lugar  reservado, distante da vista dos convidados e Jesus  realiza o milagre de transformação.


Um novo significado

As talhas representam a vida de cada um. Os rituais: as tradições, esforços  para se tornar alguém melhor e mais feliz. O mestre sala , seria o tempo. Aquele que nos oferta oportunidades de provar coisas novas, ou quem sabe tornar as novas em antigas e fazer da vida rotina.  Essa rotina que aparenta ir tudo bem, mas na verdade, precisa ser transformada. Consideremos que o milagre foi realizado em uma festa de casamento e quantos casamentos não estão semelhantes a essa cerimônia em Caná na Galileia? As talhas estão impuras, com água impróprias, rotas e inúteis. O vinho, a alegria,  ficou no passado, no começo do relacionamento ou não se sabe ao certo onde. O mestre sala (rotina)  acomodou tudo em costumes, e a festa” prossegue, apesar da infelicidade, por força justo: da rotina.

Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que haviam tirado a água) chamou o noivo para elogiar a qualidade do vinho: Todos costumam por primeiro o vinho bom e depois de haverem se saciado, então vem o vinho inferir. Mas tu guardaste o bom vinho até agora” João 2:9.

O Sr. rotina  julga acontecer as mesmas coisas velhas em festas novas. E não há nada de errado em conservar uma rotina, desde que ela traga felicidade a quem vive e quem a vive, agrade a Deus. Mas há rotinas que provocam tristeza, "falta de vinho".

Mas Jesus volta o olhar para as talhas e a partir delas realiza o milagre. Foi preciso derramar a água velha e despejar uma nova para que viesse o bom vinho. Água impura equivale a relacionamento também impuro: infidelidade, imoralidades, lascívia, ausência do Espírito Santo. Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula (puro, limpo, honesto, sem pecados). (Heb.13:4). Os empregados daquela festa em Caná, obedeceram a tudo quanto Jesus disse , colaborando assim para a realização do milagre. Essa comunhão é necessária em nossas vidas. É preciso que haja harmonia e paz dentro dos lares, cooperação para solucionar problemas.

Ao saber que o vinho havia acabado, Jesus não procurou culpados, não passou sermão no mestre sala e empregados, mas providenciou resolver da melhor maneira, na medida do impossível. Essa lição fica para nós. Menos acusação e mais cooperação, diálogo, amor e serviço. Menos de nós e mais de Jesus.

A sequência do Evangelho

Existe toda uma ligação entre os capítulos seguintes ao das Bodas em Caná. Depois de narrar o milagre da água transformada em vinho, simbolizando nova vida, João narra ' A purificação do Templo em Jerusalém, O novo nascimento, a Soberania de Deus e é incrível isso aqui: “Jesus retorna a Galileia e pelo caminho encontra a mulher samaritana e lhe fala sobre a água da Vida”. Vejam que harmonia sensacional entre o primeiro milagre de Jesus e os demais capítulos!

“Jesus vai novamente a Galileia e encontra uma samaritana assentada junto ao poço de Jacó” (joão 4:3 a 6)

E qual era o problema daquele mulher? Lascívia, sensualidade, adultério. Um leito totalmente comprometido pelo pecado, cinco maridos e um romance em andamento com um homem casado. A beira do poço, ao meio dia, para se esconder dos olhares e dos murmurinhos das pessoas, sua fama não era nada boa. Ela era instável, infeliz, porque havia um vazio de Deus em seu interior. Vem  Jesus e lhe  diz: “Se beber da água que eu te der, nunca mais terás sede” (João 4:14). O sentido era: É preciso nascer de novo, se deixar purificar pela ação do Espirito Santo e comunhão com Jesus para alcançar estabilidade e felicidade. Era preciso “limpar as talhas”, tal qual em Caná da Galileia.

Quem sabe a samaritana entrava e saia de relacionamentos na esperança de encontrar no outro, o que faltava em si mesma. Jesus ensina que ela precisaria mudar, a mudança tinha que começar por ela. Isso acontece conosco. Nos unimos a alguém na esperança de que o outro nos faça feliz, mas a Bíblia diz que em um relacionamento conjugal, os dois formam uma só carne (Marcos 10:8) e assim como se quer ser feliz, se deve procurar fazer o outro também feliz. 

E essa é a mensagem para os casais: Água para nosso relacionamento. Purificação das talhas. Vigiar para que os dias não sejam regados por rotinas e costumes, mas por amor verdadeiro que se torna mais forte e firme com o passar dos tempos, tal qual o vinho das bodas de Caná, na Galileia.

Deus nos abençoe.

5 comentários:

Rodrigo disse...

Olá Wilma super legal seu blog com ótimo conteúdo gostaria de lhe dar os parabéns e desejar sucesso aqui no seu espaço e que DEUS ilumine ricamente e abundantemente sua vida e a de seus familiares
Um grande abraço e tudo de bom

Fabiana disse...

Perfeito esse texto,como Deus falou comigo através dele agora,eu q tenho apenas 4 anos de casada,tenho 2 filhos um planejado e um presenteada por Deus,foi uma surpresa,mas meu casamento caiu na rotina,meu esposo não se prontifica pra me ajudar com as tarefas diárias e isso acaba comigo,quem olha de fora não nota,mas tenho morrido aos poucos,pois tenho procurado o culpado por meu casamento ta assim,o vinho acabou!Preciso de providência de Deus e como diz um trecho desse texto:Ao saber que o vinho havia acabado, Jesus não procurou culpados, não passou sermão no mestre sala e empregados, mas providenciou resolver da melhor maneira, na medida do impossível. Essa lição fica para nós. Menos acusação e mais cooperação, diálogo, amor e serviço. Menos de nós e mais de Jesus. Entendí aqui,que tenho feito muito sozinha,enquanto deveria deixar Deus fazer por mim,me orientando através de orações ao invés de falar e falar como tenho feito.obrigada pois através desse texto o Senhor abriu os meu olhos! DEus abençõe!

Cláudia Oliveira disse...

Oi Wilma,
Parabéns pela abordagem do texto sob esse ponto de vista tão ímpar.
É esse relacionamento comprometido que todos desejamos. Para isso precisamos apenas seguir e confiar nossas vidas ao Único Modelo e Guia Perfeito (um dia a nós ofertado).
Salve Mestre Jesus!

Marco Antonio disse...

A Paz do Senhor Jesus, irmã Wilma. Sou ministro da palavra de Deus, já ministrei algumas vezes esse texto,porém, nada com tanta propriedade e tão profundo em relação a familia e casamento. Esse texto, falou muito comigo. Ao longo do tempo, sempre orientando casais, de como lidar com as dificuldades do dia a dia, como problemas familiares e conjugais, enfim, todo tipo de situação. Hoje, vivo este problema,esperando alguma providência divina. Mas, agradeço a Jesus Cristo, pois, obtive a resposta através desse texto maravilhoso e com a inspiração do Espírito Santo. Irma Wilma, que o Senhor Jesus te abençõe com toda sorte de bençãos para vc e sua família, obrigado ...

Marco Antonio

Mateus Emilio Mazzochi disse...

Simplesmente maravilhoso seu texto e com uma aplicação simples e ao mesmo tempo única. Seu artigo casa, desculpe o trocadilho, exatamente com o que a sociedade hoje pensa sobre o casamento como sendo algo sem importância e nesse ritmo, vão casando-se e se separando, procurando felicidade, que não será encontrada, pois o vazio está dentro de cada um. Mais uma vez parabéns e que Deus continue lhe abençoando.