Professora, o que é Evangelho?

Wilma Rejane


Queridos leitores,

Vez por outra recebo e-mail de leitores do blog perguntando sobre o que faço na vida secular, qual ministério desenvolvo, além da escrita de artigos. Por esse motivo, hoje faço uma pausa nos  devocionais para lhes contar um pouco dos bastidores do Tenda na Rocha.

No dia a dia, trabalho como educadora da rede pública de ensino em Teresina. Atualmente, ministrando Ensino Religioso e Filosofia para vinte e oito turmas de Ensino Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos), nos três turnos: manhã, tarde e noite. Esses horários se alternam de segunda a sexta, em duas escolas diferentes. Uma localizada na periferia da cidade - até pouco tempo considerada zona rural - e outra bem próximo da minha residência. Como cristã, acredito que Deus nos confiou o ministério do amor, por isso, procuro exercer a profissão de modo exemplar, transmitindo aos alunos, além da ciência, testemunho de vida. Digo que não é fácil, mas como diz um verso de Eclesiastes:  “Plante de manhã a sua semente, e mesmo ao entardecer não deixe as suas mãos ficarem à toa, pois você não sabe o que acontecerá, se esta ou aquela produzirá, ou se as duas serão igualmente boas”. ( Ec 11:6)

Congrego na Primeira Igreja Batista do Planalto Ininga. Este foi o primeiro lugar onde me abriguei, juntamente com toda família, ao retornar a Teresina, depois de uma temporada morando no litoral. Mas essa igreja sofreu dissenção, após o divorcio do pastor que a dirigia e por aproximadamente dois anos  ficou na espera de nova liderança. A denominação Batista tradicional não consagra mulheres como pastoras, então a demanda se torna dificultosa em certos casos. Mas enfim, a Congregação Batista enviou uma família pastoral muitíssimo abençoada e que está desenvolvendo um trabalho honesto e vigilante. E nesse contexto, Deus tem me convocado para o ensino. Voltei a ministrar aulas na EBD e ocupar o púlpito aos domingos à noite (quando solicitada). Somos poucos, mas sei que iremos crescer em quantidade e qualidade. E registro que meu esposo Franklin é um apoio valioso e significativo em tudo quanto Deus nos confiou.

Uma das salas de ensino médio sob minha responsabilidade.

Nas escolas tenho presenciado fatos de “cortar o coração”. Olho para os jovens e lembro do olhar  de Jesus: “E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa ...” Marcos 10:21. Vejo faltar tantas coisas na vida espiritual dos alunos, que chego a pensar que não é preciso ir a Africa, Índia ou outros países para ser considerado missionário, o campo e a seara urgem por Jesus a um palmo de nós. Em uma de minhas aulas sobre protestantismo, um aluno perguntou: “Professora, o que é Evangelho?”. Parei em silêncio por alguns segundos procurando me refazer do choro que não deixei sair. Depois de respondê-lo, ouvi ainda: “Professora, eu nunca folheei uma Bíblia, só a vejo de longe, em minha casa nunca teve uma”.  Por providência Divina, uma das escolas que trabalho foi beneficiada com algumas centenas do Novo Testamento que alegremente distribui para os alunos.

É isso, queridos leitores, todos temos  missões diárias e essas são as minhas, não esquecendo da missão em família, com filhos, netinha e parentela. Estas coisas são motivo de incessantes orações e súplicas aos céus porque diz a Palavra: “ Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”,  I Timóteo 5:8. Oh, e os livros?! Depois de A Primavera de Sara, virá um livro de ficção cristã, será chamado: "Sinais em Maalula". Vocês já ouviram falar em Maalula? Podem ler sobre esse lugar Aqui. Lá todos falam aramaico, é a língua oficial local. As moradias são encravadas na rocha, de uma beleza peculiar,  Maalula é inspiradora! Mas isso não será para já, vou escrevendo e quem sabe em 2014 termino.

E por tudo, dou graças ao Senhor Jesus.

Obrigada pela companhia,

Deus os abençoe.