E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gênesis 1:27
Pura fantasia… nem se iluda.
Wallace Sousa
Dias atrás fiquei sabendo que um casal conhecido meu, casado há pouco tempo, já havia se separado. Fiquei chocado com a notícia, porque eles pareciam se dar muito bem, e
formavam um casal, à primeira vista, “perfeito”. Claro, uso o “perfeito” como indicativo de que vemos algo que julgamos combinar bastante.
Mas,
infelizmente ou não, a realidade não é tão simples, as rosas têm
espinhos nos caules que seguram as flores e também adubo nas raízes que
as alimentam. Sim, meu caro, quem quer apreciar o perfume das rosas deve
saber e estar disposto a conviver com os espinhos. E, de vez em quando,
suportar o cheiro de estrume… risos
Minha
esposa vive me falando isso: “quando eu disse que ia me casar, todo
mundo me parabenizou, mas ninguém me avisou que marido também arrota
depois do almoço e ronca de madrugada!” Então, né… pois é… só sei que é
assim. Tá rindo de quê, você aí? (nossa, que vergonha… risos)
Destruindo os mitos do casal perfeito
Destruindo os mitos do casal perfeito
Parece
que todo mundo deseja que exista um casal perfeito, e fica procurando
um até eleger aquele como sendo o exemplo de casal a se espelhar. E,
geralmente, fazemos isso baseados na aparência, desprezando as
experiências desagradáveis que já vimos antes. Não adianta querer se
enganar: não existe O Casal Perfeito. Pode existir, sim, o casal feliz. Mas, perfeito, não.
Muitas
vezes, elegemos como casal perfeito atores e atrizes de novelas ou
filmes. Às vezes, por algum tempo, eles até se parecem com um casal
perfeito. Até que a casa cai, até que as máscaras caem… ou até que
nossas ilusões desmoronem. Quantos casais noveleiros já foram eleitos
como perfeitos no Brasil? Vários. Quantos ainda permanecem de pé? Até
onde eu sei, nenhum.
Vamos aos fatos: as novelas, principalmente as daquela emissora, não são um bom lugar
para se buscar um casal para nos servir de exemplo. Em sua grande
maioria, as produções televisivas brasileiras são um verdadeiro atentado
ao puder em rede nacional, promovendo e incentivando práticas reprováveis, imorais e desprezíveis, que estão contribuindo diretamente para esgarçar cada vez mais nosso frágil tecido social.
Esse mito de casal perfeito não resiste ao brutal choque de realidade. A ilusão do casal perfeito não tem airbag
e, quando se choca com a vida real, todos os envolvidos saem
machucados, de uma forma ou de outra, desse encontro. Muito já se falou
daquele que seria, aparentemente (risos), o casal ideal, perfeito: O Ken e a Barbie, na vida real. Sabe o que aconteceu quando eles se encontraram pessoalmente?
“Ken e Barbie formam um casal, correto? E o que dizer de duas pessoas que se submeteram a cirurgias plásticas e outros artifícios para ficarem parecidos com o boneco e a boneca? Par perfeito? Só na fantasia. Justin Jedlica, que gastou cerca de 100 mil dólares (pouco mais de 200 mil reais) em 90 procedimentos estéticos para ficar parecido com o Ken (leia mais), dispensou qualquer possibilidade de fazer par romântico com Valeria Lukyanova, a ucraniana que fez de tudo para ser a Barbie humana (relembre a história dela).”Meus comentários: esse siliconado querer dizer que ela é “artificial” é o fim da picada da agulha de anestesia… #affVéi, na boa: você não é o Ken, você é o Tréin: ah tréin feio e esquisito, sô! VotzFonte da bagaça: ‘Ken’ de carne e osso despreza ‘Barbie’ da vida real
a ilusão real de pessoas superficiais
Sabe
qual é o problema de pessoas assim? Investem na superfície e deixam de
cimentar o caráter e as verdadeiras qualidades pessoais, aquelas que
tornam uma pessoa bonita por dentro e de agradável companhia. Assim, o
segredo de ser feliz a dois não é:
1. idealizar o outro como um ser perfeito:
ora, se você não é perfeito(a), estar ao lado de alguém perfeito vai
acabar estragando essa pessoa. E, por mais perfeita que ela seja, quanto
tempo iria suportar viver ao lado de alguém imperfeito como você? Caia
na real: você será feliz ao lado de alguém imperfeito, igualzinho a
você. Prepare-se para isso. Arrotos e roncos fazem parte do pacote. E
agradeça a Deus de pés juntos se for só isso! risos
2. esperar que o outro complete algo que lhe falta:
não adianta achar que ele ou ela vai completar aquilo que falta em
você. Claro, pode ser que sim, mas você vai descobrir isso somente após
muito tempo. Por isso, não espere que ele(a) lhe complete, mas
esforce-se para completá-la(o)! Sim, você se sentirá muito mais
satisfeito e realizado se for você que completar alguém. Não olhe para o
copo meio cheio como se estivesse meio vazio, como se estivesse
faltando algo que completasse você. Olhe para ele como se aquilo que
está faltando seja o que você tem a oferecer. Experimente.
3. esperar que o outro lhe faça feliz:
muitas pessoas são ou estão infelizes (sim, existe diferença entre SER e
ESTAR infeliz, da mesma forma como há entre SER e ESTAR doente) e
querem encontrar alguém que as faça felizes. Não é assim que a vida
funciona. Aliás, é assim que a vida perde o sentido. Entenda: é MUITO
mais fácil você tentar ser feliz sozinho e, depois, tentar contagiar
outra pessoa com felicidade do que o contrário. Case-se para fazer
alguém feliz, e não para ser feliz. O quê? Como ser feliz? Ah sim: nem é tão difícil assim… risos
4. achar que existe uma “cara-metade” exata para você:
em primeiro lugar, você não é uma laranja pela metade, procurando a
outra banda. É bem verdade que já existem mulheres maçã, melancia, pera,
morango e por aí vai. Mas, em minha humilde opinião (IMHO, em
inglês), é tudo propaganda enganosa: elas são mesmo é jiló (amargas),
cebolinha (ocas), chuchu (sem sabor) e urtiga (“pegou”, se ferrou). O
que quero dizer com isso? Que devem existir muitas pessoas com quem você
poderá desfrutar de um relacionamento feliz e satisfatório.
Qual
é a lição que fica? Não deu certo? Ora, levante a cabeça, sacuda a
poeira e dê a volta por cima! Pare de ficar se lamentando e vá viver a
sua vida. E, principalmente, NUNCA se esqueça daquele velho deitado ditado: “antes só que mal-acompanhado“!
Dicas para não entrar em “roubadas”
a. não julgue – e nem se apaixone – pela aparência:
essa regra é quase universal, e merece sua total atenção. Geralmente,
embora nem sempre, quem investe muito na aparência é porque quer
esconder alguma deficiência, geralmente no caráter. Sim, eu estou
generalizando e, obviamente, toda generalização traz consigo as
inevitáveis injustiças. Mas, nunca é demais prestar atenção (em vários
sentidos) em quem está se apresentando mais enfeitado que burro de
cigano e mais cheiroso que filho de barbeiro.
Geralmente,
e quando digo “geralmente” estou querendo dizer “preste atenção, mas
não rotule”, as aparências enganam, e enganam mesmo. Quase todo mundo já
foi enganado nessa questão de julgar pela aparência (sim, até eu…).
Principalmente hoje, nessa época de forte mimetismo social,
esteja atento àquelas pessoas que investem pesado na “produção”
externa. Isso pode ser um forte indício que o interior está jogado às
traças. Pé no chão, meu filho, porque tem muita baranga posando de
Cinderela na festa, mas em casa é a gata-borralheira. Tem muita azeitona
querendo se passar por pera, com muita carne, mas o que ela tem muito é
caroço.
b. não crie expectativas exageradas:
baixa expectativa = pequena decepção e baixa expectativa = grande
surpresa. Prefira ser bem surpreendido do que muito decepcionado. É
muito comum, ao conhecermos virtualmente (por meio de chat, telefone,
email, etc) determinadas pessoas, imaginarmos como elas seriam ao vivo.
Já ouvi histórias de pessoas que eram ouvintes assíduos de determinados
locutores de programas radiofônicos e, pela voz, imaginavam como eles
eram. Desnecessário dizer que, ao conhecê-los ao vivo e em cores, a
decepção foi certa.
E
isso acontece muito em relacionamentos pessoais, onde uma boa dose de
emoção faz com que a razão seja deixada de lado, escanteada, quando a
aparência fala mais alto. Homens são pródigos nisso: em se deixar levar
pelas aparências. Já as mulheres são mais levadas no lero-lero, na lábia.
Todavia, o sistema é o mesmo. Ora, idealizar alguém, criando
expectativas irreais sobre a pessoa, é a receita mais certa para ser
decepcionado. E, muitas vezes, a pessoa nem é ruim ou falha – apenas não
tem as qualidades reais do modelo ideal. E de quem é a culpa?
Exatamente: de quem se iludiu.
c. não meça as pessoas por suas experiência passadas:
as pessoas mudam, às vezes para pior… por isso, não faça juízo de
alguém pelas boas – ou más – experiências que ela viveu. Isso quer dizer
que você deve analisar a pessoa a partir de seu passado, mas mantendo
os pés no chão e não fazendo julgamentos a priori, ou seja, não fazendo
pré-julgamentos. Lembre-se que boas experiências, às vezes, tornam
alguém pior. E experiências desagradáveis ajudam a melhorar outras. Olhe
para sua própria vida e diga se não é verdade.
O que fazer então? Muita coisa, mas comece aprendendo o que não
fazer: Não faça moldes e nem tente medir as pessoas por esses modelos
pré-formatados. As pessoas, na grande maioria das vezes, são
imprevisíveis. E, sinceramente, é aí que reside a graça de conhecer
alguém, certo? Já pensou como seria chato se todas as pessoas fossem
iguais? Ou se elas tivessem um rótulo dizendo o que elas fazem e têm
dentro delas (se bem que, pra algumas, o rótulo iria dizer “não tem nada
aqui dentro”, mas tudo bem)?
Já
pensou que chato você chegar aqui no blog, já sabendo o que eu tinha
escrito, que nada havia de novo e criativo? O bom é ser surpreendido,
não é verdade? Então, fique de olho nas pessoas que surpreendem, porque
elas é que são as mais interessantes.
d. evite os clichês manjados:
se existe uma área onde tem muita receita de bolo é a dos
relacionamentos. Exemplos não faltam: “minha cara-metade”, “os opostos
se atraem (e/ou se traem, fica a dúvida aqui…), “você é minha
alma-gêmea” (Deus é bom: eu nem me suporto direito, imagine se tivesse
que suportar uma cópia de mim mesmo! #arre), entre outras. Isso sem
contar as famosas e infames piadas de pedreiro e afins. Bom, vou ser
sincero, eu até que gostava daquelas infames do Clark Gable (abaixo).
Mas,
concluindo: não se iluda com essas coisas de que existe UMA pessoa
ideal para você. Existem várias pessoas que podem fazê-lo feliz, assim
como existem várias pessoas a quem você pode fazer feliz. E isso é bom.
Imagine se existisse apenas uma pessoa que desse certo com você, isso
seria péssimo, porque você iria idolatrar e endeusar essa pessoa. E, no
dia em que ela lhe decepcionasse, aconteceria uma tragédia irreparável. A
verdade é que Deus tem, sim, pessoas especiais para nós. Mas, mesmo
assim, Ele nos deixa escolher, Ele respeita nosso direito de escolha.
Entretanto,
existe a vontade de Deus, e Ele sempre tem alguém para nós que nos
“completa”, no sentido de contribuir para que o plano dEle se concretize
em nossa vida. Todavia, mesmo a pessoa escolhida por Deus para nós não
é perfeita. Ela terá coisas a nos ensinar e também a aprender conosco.
Coisas que vamos amar, mas também terá coisas que vamos odiar. Fará
coisas que nos deixarão nas nuvens, e outras que nos deixarão mais rasos
que o chão. Ora, se é assim, então pra que viver juntos? Porque Deus
assim quis: “não é bom que o homem viva só”.
Um
relacionamento a dois é, antes que tudo, um contínuo aprendizado e um
desafio constante. Um relacionamento a dois expõe o que temos de pior e
nos obriga a darmos o que temos de melhor. E, acredite, isso é um grande
privilégio, pois nos permite crescermos como seres humanos, pois com
nossas falhas expostas, não podemos mais continuar da mesma forma,
obrigando nossa mudança. E, praticando nossas virtudes, vamos aprender a
aperfeiçoá-las e ampliá-las.
Conclusão
Eu não sou a mesma pessoa que se casou oito anos atrás. Pra começar, engordei um bocado. Segundo algumas más-línguas
estudiosas do assunto, o tamanho da barriga é causa de ronco. Eu
questiono isso, porque nunca ouvi dizer que mulher grávida roncava
(risos)! Agora, arroto é diferente, a gente faz porque quer e aperfeiçoa
com o tempo… Por exemplo, quando eu era adolescente, arrotava de forma
monótona. Hoje, depois de anos atrapalhando cantando no coral, eu já consigo arrotar na escala de dó maior (hahaha).
Enfim, namorar, noivar e casar são coisas que mudam nossa vida, não apenas porque vamos ser cúmplices de um crime em comum,
que é o de viver juntos, mas que isso, mais que tudo, vai nos
transformar em pessoas completamente (ou quase!) diferentes com o passar
do tempo. Um relacionamento a dois é algo que, para muitos, significa
uma guinada radical em sua vida. Infelizmente, muitos não se preparam
para isso e nem todos aguentam o tranco.
Qual
é, então, o segredo para uma vida feliz e satisfatória a dois? É saber e
entender que esses dois, se quiserem ser felizes de verdade, têm que se
tornar UM, como disse o Mestre:
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne. Efésios 5:31
E,
meu caro, tornar DOIS em UM não é fácil… Dois em um significa renúncia e
abrir mão de muita coisa para tornar isso possível. Dois em um é a
essência da fidelidade. E fidelidade, se não sabia fique sabendo, é o
principal ingrediente da felicidade. Infelizmente, ainda tem muita gente
pensando o contrário, querendo alterar a fórmula que o Mestre ensinou,
trocando o Dois em Um pelo Dois a Um
(infidelidade conjugal). E acabam descobrindo que se o segredo de feliz é
ser fiel, a infidelidade é o caminho mais curto para a infelicidade.
Dois
em Um é trabalhar para conseguir o melhor resultado. Dois a Um é deixar
a coisa correr frouxa e tentar se enganar que o resultado não vai ser
ruim. Qual será sua escolha diante dessa questão? Marque seu XIS com
cuidado, porque existe apenas uma resposta certa, e o gabarito não será
alterado e nem o Mestre vai aceitar recursos, se você escolher errado.
Qual será a sua escolha?
Sermos
piores é seguir a maré, fazer o padrão, continuar na mediocridade. Ser
melhores é que é o grande desafio. E só é melhor quem faz diferença. E
só é melhor quem é diferente. E é porque você está aí, do outro lado,
que cá estou, fazendo diferente, enfrentando minha falta de
inspiração e combatendo minha preguiça para lhe trazer algo realmente
diferente e que pode fazer diferença para você. Se eu consegui, não sei
dizer. Só sei que, ao escrever, me tornei um pouco melhor (ou menos pior
né…).
Mas, por hoje chega. Basta a cada dia seu mal, e destruir o mito do casal perfeito está de bom tamanho pra hoje (risos).
Um comentário:
Texto maravilhoso!!!
Glória a Deus pela sua vida e pelas boas experiências e atitudes que vc tem no seu casamento..
Que deus continue os abençoando imensamente.. e q vc escreva mais vezes sobre o tema!
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