Jesus é a mais bela e intensa melodia para alma
Wilma Rejane
“Davi, como nos outros dias dedilhava harpa; Saul, porém, trazia na mão sua lança” I Sm 18:14
A harpa e a lança. Esses dois instrumentos que ilustram a história dos reis Davi e Saul, revelam naturezas distintas, antagônicas. Uma observação solitária de cada um desses instrumentos, poderá nos remeter a muitos significados. Dificilmente, porém deixaríamos de associar harpa a canções e lança a violência. Analisemos algumas passagens do livro de I Samuel que citam “harpa e lança” ao cotidiano dos reis em questão:
“O espírito maligno, veio sobre Saul; estava ele assentado em sua casa e tinha na mão a sua lança, enquanto Davi dedilhava seu instrumento musical” I Sm 19:9
“Ouviu Saul que Davi e os homens que o acompanhavam foram descobertos. Achando-se Saul em Gibeá, debaixo de um arvoredo, numa colina, tendo na mão a sua lança, e todos os seus servos com ele” I Sm 22:6
“...Então Saul se jogou sobre a lança de seu escudeiro e morreu. I Sm 31:4
Se enfatizarmos que Saul , movido por ódio e inveja, perseguia Davi, a introdução desses instrumentos (harpa e lança) no contexto histórico de I Samuel, ganha novos significados. Saul portava lança nas mãos para onde quer que fosse porque era um homem movido pelos próprios instintos, de espírito sobressaltado e pronto para revidar com violência a quem o desagradasse.
Davi Portava lança apenas quando ia a guerra, mas era dedilhando as cordas de uma harpa que ele externava seu espírito manso e de adorador. Enquanto Saul pensava constantemente em vingança, Davi praticava o perdão. Saul é a típica representação do homem distante de Deus, Davi um “homem segundo o coração de Deus”: o que não alimentava mágoa ou qualquer outro veneno que contaminasse seu coração.
O desafio da música
Não é fácil dedilhar harpa enquanto nos apontam uma lança. Mas é nessa analogia entre instrumento musical e arma de guerra que desvelo a vitória dos fracos, dos que renunciam a si mesmo para se deixar dirigir pelo Espírito Santo de Deus. Esse pensamento cristão que contraria o domínio dos instintos, da força das paixões, já foi muito combatido pelo Iluminismo durante o século xviii. Nietzsche também foi defensor de um tipo de homem, chamado super, que se caracterizava pelo esquecimento da fé, de Deus e se apoiava em suas vontades e forças para conquistar o mundo. O “dar a outra face” dos cristãos era tanto para o iluminismo quanto para Nietzsche o surgimento de uma nação de fracos, debilitados, entorpecidos pela ignorância de não conhecer seus poderes. Esse pensamento ainda é presente nos “portadores de lança”
Dedilhando harpa
“Não por força, nem por violência, mas pelo seu espírito, diz o Senhor dos exércitos” Zc 4:6
Ao traduzir a palavra “força” nesse verso, tem-se “chayil” (Strong 02428) que designa “exército, militar”. Na presente referência, Deus diz que o templo de Jerusalém seria reerguido por homens dirigidos pelo Espírito Santo, não por força militar ou trabalhadores musculosos. O poder de Deus, capacitaria um grupo de homens para fazer a obra. E essa obra, sofreu forte oposição, contudo foi concluída, aleluia!
Vejam, o homem cristão não é passivo, acomodado, auto suficiente. Ele se move, se movimenta, direcionado pelo Espírito Santo, eis a diferença, entre os que portam harpa e os que portam lanças!
Jesus nos diz: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” João 16:33. E de que forma Jesus venceu? Não por força, nem por violência, mas pelo Espírito Santo de Deus! Enquanto os inimigos o perseguiam , portando lança, Jesus “dedilhava harpa”. Ele repreendeu Pedro por ter usado a espada para cortar a orelha de um soldado romano: “Meta no seu lugar a espada, porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” Mt 26:52. Não foi isso que aconteceu com Saul? Tanto amou a lança que acabou sendo morto por ela.
A força dos fracos
Sabemos que não é nada fácil controlar os instintos e tornar o espírito manso, essa obra somente Deus pode fazer. Mas é justamente quando reconhecemos nossa incapacidade, nossa fraqueza e nos entregamos Aquele que venceu o mundo (Jesus) que nos tornamos fortes. Daí aprendemos que vencer nem sempre é vencer, é também perder: dar a capa quando tentarem nos tomar a túnica Lc 6:29, orar pelos que nos perseguem Mt 5:44, andar mais uma milha ( Mt 5:41) dar a outra face (Mt 5:39). Essa é a vitória dos fracos.
Em Cristo, nossa Fortaleza.
4 comentários:
Bom dia, Wilma.
As duas posturas formam um contraste: aqueles que se armam e agridem e aqueles que têm sempre um hino de louvor nos lábios.
Um abraço da
Celina
Oi Wilma!
Tão bom passar por aqui, sempre tão edificantes as postagens.
Queria te fazer um convite para o Clube do Livro Cristão, se puder passa aqui no link e dá uma olhada, se puder ficaremos muito contentes.
http://www.pitadasdilu.com.br/2012/07/convite-para-clube-do-livro-cristao.html
Bjos, Lú.
Oi Celina, bom dia!
Louvar é bálsamo, agressão é veneno.
Bom é saber que Jesus nos capacita a perdoar e não precisamos nos contaminar e contaminar os outros com sentimentos ruins.
"Não deixe que o sol se ponha sobre vossa ira" Ef 4:26
Obrigada Celina,
Deus a abençoe.
Oi Lú, bom dia!
Bom é também te receber aqui, maninha.
Estou no litoral do Piauí, vim assistir o nascimento de minha netinha Sofia que será dia 30 agora.
O acesso a internet aqui é precário, estou com dificuldades quanto a isso rsrsr. Mas seu convite está aceito e passarei lá com todo prazer!
Grande abraço,
Deus a abençoe.
Postar um comentário