Mães além do DNA : porque ser mãe transcende a genética.

Wilma Rejane


Há 2012 anos, nascia em Belém da Judeia: Jesus, o Messias Salvador. Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo no ventre de uma mãe, chamada Maria. Esse acontecimento marcou de forma definitiva a humanidade e revelou a excelência do dom materno. Maria ficou sendo a "Theotokos" ou seja: Portadora de Deus, no sentido de que conduzia em seu ventre a revelação de Amor maior, as Boas Novas para humanidade. Toda mãe tem o dom e a missão de ser essa portadora de Deus a conduzir os homens para o caminho do bem.

E foi justamente a narrativa Bíblica que me inspirou a acreditar que ser mãe, é algo que transcende em espiritualidade, vai além do sangue, dos laços de parentesco. Como explicar o fato de mulheres adotarem crianças como filhos e  amarem com a intensidade de quem os carregou no ventre? Como explicar esse modo de agir que não comporta  egoísmo , mas que ama o que nasceu alheio e se tornou próprio, por opção. Mãe é alma geminada, apesar de rompido o cordão umbilical: porque é uma com o filho para sentir o que se passa nele, como se nela fosse.

Não há explicação humana para o amor. Tentemos defini-lo, conhecê-lo, vivê-lo e saberemos que não o alcançaremos por toda a vida. Ficaremos pelo meio do caminho, em metades, porque o amor não cabe em nós, nem mesmo quando amamos. por isso que se chama amor. Porque não se explica. Ainda que se viva, não se extingue. Não se acaba. Ele transborda. E tudo que transborda em nós, vai além de nós. Mães amam, apesar de tudo, apesar de si mesmas. Um amor altruísta que pensa mais na felicidade do outro do que na sua própria.

A transcendência do dom materno, também pode ser apoiada, pelo fato de muitas mulheres gerarem filhos e não expressarem de modo algum afetividade para com eles. Como explicar mães que: abandonam recém nascidos em lixeiras, banheiros públicos, jogados em rios, abortam.  Mães que cometem toda espécie de crueldade, descumprindo assim o propósito de serem portadoras de Deus? O mal é esse caminho sem luz onde não se vê cara, muito menos coração. Como pode o sublime ato de ser mãe ser corrompido a ponto de tornar o mundo um lugar perigoso? Gerar filhos é o mesmo que ser mãe?

A mulher sábia edifica sua casa, mas a tola derruba com as próprias mãos.Pv 14:1. O provérbio Bíblico reconhece que a mãe é esse alicerce familiar que firma ou desestrutura a casa e consequentemente a sociedade. E aqui, mais uma vez encontra-se a transcendência do ser mãe: tem vó que é mãe, tia , prima, pai que é mãe, porque  filhos são gerados pelo amor e não necessariamente por uma gestação de nove meses. E esse amor de mãe , é mesmo insubstituível porque não se compara ao de nenhum outro relacionamento.

Mães adotivas

Ser mãe é sublime e Divino, mas a realidade mostra que nem toda mulher se sente a repousar no paraíso por ter gerado um filho. Onde há rosas, há também espinhos e é impossível omitir que os desmantelos sociais inclui  como causa a desestrutura familiar. As Febens da vida estão repletas de crianças que nunca conheceram o amor de mãe. É incrível o desastre causado , pela falta de uma mãe amorosa. Disse Jesus: Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará ( Mt 24:12). Essa Palavra é inversamente verdadeira e apoia a condição de abandono e rejeição infantil.

De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), no Brasil existem 26.138 pretendentes aptos para adotar, enquanto que 4.364 crianças e adolescentes estão disponíveis . A realidade das 600 instituições no País mostra que há ainda um número alto de jovens a espera de um lar. Em muitos casos, a demora para adotar se reflete no perfil exigido de quem fez essa opção. Talvez, por preconceito ou por hábito, a maioria ainda deseja crianças brancas, do sexo feminino e idade de até 18 meses, ao contrário da realidade que se encontra nos abrigos: crianças pardas, maiores de dois anos, muitas vezes com irmãos. Muitas  crianças que vivem em entidades assistenciais não estão livres para serem encaminhadas a uma nova família.  A maioria delas foi vítima de maus tratos, negligência ou porque seus parentes não tinham condições materiais de criá-los.

Contudo por detrás do negro histórico da adoção no Brasil e no mundo, existem histórias que valem a pena ser contadas. É o outro lado da moeda que resgata de forma milagrosa a vida. Leandro e Fabiana Gadelha, são protagonistas dessa mensagem de restauração de quem ama sem preconceito. O casal tem como filha biológica uma menina chamada Valentina, mas adotou ainda o Miguel, um garotinho portador da síndrome de Down: 

" A vontade de adotar nasceu ainda na adolescência, durante uma visita a um abrigo. Eu imaginava que não iria casar, mas com certeza adotaria uma criança. Mais tarde, eu me casei e essa decisão foi fortalecida, porque ele também sonhava em ser pai pela adoção. Não importa o tempo, a idade, a cor, as condições de saúde, o gênero, as limitações ou as mil coisas engraçadas que só um filho é capaz de fazer. Saber esperar ser mãe e pai é tão maravilhoso, que qualquer angústia, medo e insegurança desaparecem quando vemos o brilho dos olhos da criança cruzando os nossos, a sua mão fria tocar a nossa, um abraço vazio encontrar o nosso abraço cheio de amor contido" Diz Fabiana.

Mães de Perto

Todos temos boas e más histórias de mães para contar. Histórias que vão além do gens, que se misturam em um universo de inferno e paraíso. E para ilustrar o artigo, conto de forma breve, a história de duas mães: Dionisia, minha mãe. Mécia, minha sogra. Pedi que cada uma delas desse um simples depoimento sobre: O que é ser mãe? Sei que é impossível alcançar a totalidade do conceito porque ele é amor e amor, como disse antes, vai além da matéria, transcende em todas as direções possíveis e impossíveis.

Wilma ,Ser mãe é uma graça de Deus, da qual eu participei, porque sou mãe de 6 filhos, um falecido ainda criança - de saudosa memória - e 5 criados e vivos, graças a Deus. E graças a Ele também me veio uma linda menina que hoje tem 18 anos. Sou uma mãe realizada e feliz.  Maria Mécia Morais A. Moura

 Laudemiro, Mécinha (a caçula), Júnior. Meu esposo Franklin (camisa azul), sogra Mécia, Chico Miguel e Fritz

Ser mãe não é somente dar a luz, é também sentir nas suas entranhas pulsar o infinito sentimento de entrega total que busca sempre o bem estar dos filhos. Ser mãe é fazer uma parceria com Deus na certeza de que seu filho será por Ele protegido. Mãe é a mais perfeita forma de amor que se encontra na terra, é ser mensageira de Deus. Dionísia Neri. 

A foto não está das melhores. Minha mãe Dionisia no palco do teatro 4 de Setembro, encerrando show musical. Da esquerda para direita, irmãos: Rangel, Ricardo, Watson (sobrinho) e Wagner. Maninha Vitória, mamãe, sobrinho Samuel, mana Àguida, eu e Maria das Graças (prima). Ufa! Faltou meu pai, ele  faleceu faz nove anos.

Mães de Longe

Também dedico esse artigo a você mamãe  internauta  que aprendeu a utilizar as novas mídias e acompanhar  os filhos nessa evolução virtual: mães biologicas, adotivas, que nunca(ou ainda) não tiveram filhos mas de maneira generosa se doam na esperança e certeza de que o mundo se torna um lugar melhor quando se unem a Deus nessa missão.  

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DNA

É  um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e de alguns vírus. Esse composto define o parentesco, o DNA de cada individuo é exclusivo, apenas gêmeos univitelinos têm DNA idênticos. Assim é o amor de mãe, ele contém as instruções que coordena o desenvolvimento da família e da sociedade.  Quando ocorre um desequilíbrio no DNA, o corpo adoece seriamente  causando o câncer. Em metáfora, podemos dizer que família desestruturada  gera sociedade doente. Que Deus ajude as mamães a serem sábias e portadoras de Deus. Abençoadas sejam as mães que amam para além do Genes.