"Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Gálatas" 6:7
Wallace Sousa
Quando morei em Cuiabá/MT, uma das cidades mais calorentas do Brasil, aprendi que a forma como regamos nosso presente vai impactar decisivamente nossa colheita no futuro. Veja como foi:
Eu gostava de tomar café “fora”, ou seja, na área interna de casa, onde havia um pequeno espaço de terra murada, e era onde nossos pequenos companheiros peludos viviam, brincavam, chafurdavam, etc., ou seja, era um território compartilhado, harmonicamente – quase sempre -, entre eles e nós. Era lá que eu tomava meu café da manhã e da tarde, olhando para além dos muros altos e casas de vizinhos. Era lá também que cultivávamos algumas plantas: goiaba, acerola, pinha, entre outras.
Então, um dia, joguei sementes de mamão num canteiro. E, delas, nasceram alguns pés de mamão. Escolhi o que me pareceu mais viável e promissor e comecei a regá-lo. Alguém havia me dito que a borra do café era um bom adubo, então, todo santo dia eu pegava a borra do café e gentilmente depositava aos pés daquela plantinha verde. Durante alguns meses fiz isso. Ela cresceu, debutou por assim dizer: desabrochou, se é que você me entende. Foi com esperança e ansiedade que vi aqueles pequenos frutos tomarem forma e crescerem, dia após dia, semana após semana, diante de meus olhos.
Então, finalmente, chegou o dia em que pude colher um mamão. Colhi-o com o maior carinho, como quem estivesse embalando um bebê, e deixei-o em um local descansando e amadurecendo. Um ou dois dias depois, quando ele já deveria estar maduro, cortei-o delicadamente e coloquei um pequeno pedaço na boca para saboreá-lo. Para minha surpresa (ou não!), aquele pequeno pedaço de mamão tinha um sabor totalmente diferente de qualquer outro que eu já havia provado: era um mamão, com certeza, eu o vi nascer, digo brotar e crescer, mas seu fruto tinha um estranho gosto de… café!
Sim, foi isso mesmo que você leu: adubei café no mamão e colhi mamão de café! Não ria, ou melhor, pode rir, não foi com você.
Mas, diante disso, aprendi que temos que ter muito cuidado ao regar e adubar nossos sonhos e projetos. E é isso que quero compartilhar com você, caro leitor, para evitar que você, um dia, quem sabe, não precise comer mamão “cafeinado”. (risos)