Olympe, Lutz e Dilma |
Quando o voto feminino foi instituído no Brasil, em 1932, nem mesmo meus pais eram nascidos. Herdei esse direito batalhado por outras guerreiras como Berta Lutz, a pioneira do feminismo no Brasil. Na verdade, quando o País permitiu as brasileiras de votarem, o estado do Rio Grande do Norte já o havia feito em 1927. Portanto, no Nordeste do Brasil o pioneirismo desse merecido direto.
Nunca fui feminista, detesto essa história de guerra dos sexos e faço questão de ser mulher à maneira bem feminina. Gostos de flores, de cavalheiros que se emocionam, percebem o novo penteado,amam o diálogo e me protegem ( por que não?). Não me incomoda a premissa de sexo frágil. Mesmo porque ela é bem diferente da disseminada através dos anos.
E nessa trajetória de desabrochar para a vida de mulher, sendo esposa e mãe, percebi o quanto existe perfeição na criação. Não preciso querer ser melhor nem mais forte que meu companheiro, tudo que preciso é fazê-lo feliz e ser feliz, apesar das diferenças que completam a relação como o côncavo e o convexo.
E apostando nessa sensibilidade que nos é tão particular é que vejo com muito otimismo a eleição de mulheres para ocupar cargos de liderança na vida pública - Não se trata de uma ode a Dilma , sequer votei nela - Ainda somos minoria, e isso não mudará porque a conquista de espaços femininos, na sociedade, definida desde o inicio da história como patriarcal, aconteceu recentemente. A grande descoberta de que capacidade e competência não têm a ver com distinção de sexo, raça, religião ou partido politico,chegou de vez para se perpetrar na história.
Uma história, que guarda cicatrizes. Em 1791, a francesa Olympe de Gouges foi condenada à morte e guilhotinada sob a acusação de '"ter querido ser um homem de estado e ter esquecido as virtudes próprias do seu sexo". Tudo que ela almejava era participar de forma ativa da política. No ano de 1857, Na Inglaterra, 129 mulheres foram trancadas e queimadas vivas dentro de uma fábrica, enquanto discutiam a reivindicação de seus direito quanto operárias. Elas recebiam menos de um terço do salário dos homens.
Não muito distante dos nossos dias, ser mulher e atriz era uma afronta à honra. Quantas talentosas mulheres não foram expulsas de casa e renegadas por tradicionais famílias tão somente por querer fazer parte dessa profissão? E o que dizer das frentistas, motoristas de ônibus, caminhão, engenheiras elétricas e outras labutas?
A luta pelo direito de voto foi uma das bandeiras do movimento feminista |
A francesa Olympe Gouges, assim como a brasileira Berta lutz, são símbolos que persistem no imaginário da sociedade capitalista e progressista que já não tem como barrar o sucesso das mulheres em todas as áreas do conhecimento humano.Olympe e Gouges exultariam por ver Margaret Thacher, Hillary Clinton e Dilma Rousseff ascendendo ao poder. Elas exultariam em viver o século XXI que é totalmente diferente do de minha querida avó.
Por: Wilma Rejane.
Fontes como links no artigo.
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