Quando criança, costumava conversar com as estrelas; debruçada na janela, sentada no degrau do terraço....Nas solitárias horas da noite, era o momento ideal para escolher: “A minha estrela”. A eleita era também solitária, de destacado brilho e piscadelas, para que eu tivesse certeza de que interagia comigo a dizer: “Guardarei nossos segredos”.
Coisas da infância que perduraram até a adolescência. Eu “viajava” nas fábulas, crônicas, poemas, que me renderam alguns prêmios em concursos de literatura. As criações iam e vinham, mas as estrelas... Não me saíam do enredo.
Já era uma moçinha ( 15 anos) quando a família parte de “mala e cuia” de um estado a outro: Da Paraíba ao Piauí, 1 726 km, três dias de viagem e oito pessoas imprensadas em um Chevette: Desconforto, ansiedade, cansaço... Mas quando caia a noite, lá estava eu, olhando pelos vidros do carro, conversando com a “minha estrela” em pensamento.
A mania só teve fim quando descobri que o segredo da felicidade estava além, no Senhor das estrelas, no mesmo que falara a Abraão: “Olha para o céu agora e conta as estrelas, se as podes contar”. Gn 15:5. Compreendi que Ele era grande, eu pequena. Que eu era incapaz de saber todos os mistérios (como contar estrelas), mas que Ele tinha a conta de todos os meus dias.
O Salmo 147:4 diz: "Deus conta o número das estrelas chamando-as todas pelos seus nomes”. Deus, conhece a cada um de nós, Ele considera que recebemos um nome dado pelos nossos pais. Herdamos conceitos, aprendemos coisas boas e ruins, seguimos tradições. Desvirtuamos-nos do Divino para cumprir um plano terreno: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Rm 3:23.
Ele anseia nos revestir de glória e riso, quer que olhemos além das estrelas, adentrando no Secreto conselho dos justos pelo novo e Vivo Caminho: “Tende, pois ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Jesus” Hb 10:19. O céu nos espera. Nossa redenção, porém, começa bem aqui, em solo firme, onde a estaca da cruz foi firmada a escorrer o sangue do imaculado sacrifício.
Não busco mais conforto nas estrelas, o céu “piscou” para mim revelando o segredo que nunca lhe contei, mas que estava guardado como resgate, em favor da vida :“Era o meu segredo”, ouvi de Jesus, que além das estrelas sussurou.
Wilma Rejane.
2 comentários:
Eu tb quando era pequena gostava de olhar para a lua, como poderia imaginar que o Senhor da lua iria me alcançar e toda aquela beleza que eu via em um astro inanimado se tornaria pequena diante da beleza da fé que temos no nosso Deus! Um abraço querida, lindo post em forma de poesia, amei...
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