De Volta ao Monte Moriá


 Abraão acorda de madrugada, albarda o jumento, pendura água e mantimentos acondicionados em recipientes de tecido e couro, chama dois de seus servos e explica-lhes o destino: Moriá. Na bagagem também, lenha, fogo e cutelo para o holocausto. Nenhum dos viajantes sabia o verdadeiro motivo da viagem. Abraão não contara, certamente o chamariam de louco. Onde estava o holocausto? Nós sabemos, era Isaque. Mas a não ser Abraão ninguém ali sabia.

Chega a Moriá, sabiamente o patriarca diz para seus servos: “Fiquem aqui embaixo, somente eu e Isaque subiremos, quando acabarmos de adorar voltaremos” Gn 22:5 Ele tinha certeza de que Deus de alguma forma lhe devolveria o filho. Ainda que o fogo do holocausto queimasse sobre Isaque, Abraão acreditava que o Senhor era poderoso para ressuscitá-lo (Hb 11:18)

Lendo este capitulo da história de Abrão, procurei me colocar no local da cena. Como um dos servos, eu acharia tudo muito estranho. Eles não sabiam a verdade dos fatos, por prudência e fé, lhes foi omitido. Não carregavam consigo, como de costume, cordeiros mortos, das primícias do rebanho do patrão. Devem ter perguntado: “Meu senhor não está esquecendo algo? Onde está o holocausto?” Que situação de Abraão!

Mas Deus não envergonha seus filhos. Abraão disse que subiria para adorar e retornaria com seu filho. E assim foi: “Deus proverá meu filho, para si o cordeiro para o holocausto” (Gn 22:8).

Quantas vezes ficamos ansiosos por coisas tão pequenas? Perdemos o sossego, o sono, a alegria e de várias maneiras falamos para Deus: “Já que o Senhor não resolve, eu preciso resolver”. E Deus nos assiste, numa sucessão de erros e do alto de sua sabedoria diz: Ah filho meu, não já te disse para não se turbares, para creres em mim? (Jo 14:1)

E assim quando já estamos desesperados, como última opção: “Deus eu me rendo”. Fazemos isto diariamente, são as “raposinhas” destruindo a vinha, porque não a cercamos com nossa fé. Lembremos do exemplo de Abraão em Moriá. Ele não saiu revelando o segredo para todo mundo, perguntando a um e outro: “O que me dizem, tenho que sacrificar Isaque”?! Como Deus me pede um negócio desses! Por favor, me ajudem!

Ele calmamente repousou no Senhor. Por três dias de percurso, Abraão orou, confiou, firmou seu coração nas promessas e venceu. Não cedeu às investidas diabólicas que procuravam roubar sua paz. Certamente o diabo o tentou: “Ainda vais servir a este Deus?”, “Pobre Isaque vai morrer”. É isso que o diabo faz, este é seu trabalho, ele bombardeia nossa mente com pensamentos de fracasso, na tentativa de nos afastar de Deus.

Os “amigos” de Jô procuraram de todas as formas matarem a fé dele. Mas do meio da miséria ele exclamou: “Eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará de sobre a terra” (Jo 19:25). Quando estiverem lhe acusando, dizendo que não há saída. Quando você estiver se sentindo fraco, sem ânimo diante das adversidades lembre-se do exemplo de Abraão. Ele confiou em todo o tempo, encheu seu coração de boas lembranças, confessou as promessas, olhou para o alto em agradecimento, renovou as forças com a gratidão de filho amado, especial, amparado pelos braços do Pai. Guardado em Seu secreto esconderijo! Somos assim “filhos da promessa”, e não da dúvida.

Que Deus o abençoe, e renove suas forças em Moriá, o monte do “Deus proverá”.

Wilma Rejane.

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