Flertando com a Medicina Nazista





"Aviões decolam e pousam seguros centenas de vezes ao dia – mas a única vez que a mídia mostra algum interesse é quando um cai”.
Billy Graham

Não sei se um dia entenderei esse desejo humano por contemplar a desgraça alheia. Tragédias dão mais ibope que boas notícias. Pergunto-me: Seria sadismo, masoquismo ou satisfação contida em saber que o outro está sofrendo mais que você? Esse comportamento sórdido é freqüente e muito comum, apesar de absurdo.

Hitler era assim. Gostava do caos. O nazismo tinha como princípio fundamental embelezar o mundo, nem que para isso tivesse que destruí-lo. A “medicina nazista”, valorizava o corpo, o belo e visava à destruição dos que contrariassem essa ideologia. O povo judeu era o principal alvo, sempre comparados a ratos, pessoas com deformações genéticas e arte cubista, que Hitler particularmente repudiava.

A “limpeza” que Hitler sonhava para a Alemanha, foi a custa de muita sujeira. O furor e a ambição do líder nazista, o levou longe. Tudo porque se deixaram dominar. A multidão de fanáticos cresceu e ficou cega. A força, vencendo a liberdade de ser sóbrio. Olhando para Hitler, vejo a escravidão, com grilhões e açoites. Ele o carrasco, sem sentimentos, anestesiado pela soberba.

Hitler é o protótipo mais perfeito (ou seria imperfeito?) de um líder egoísta. Na verdade, tão cruel que não mereceria ser lembrado nessas poucas linhas. Mas o trago a memória por ser o antagônico de Cristo, este, o melhor e mais perfeito líder que a humanidade já conheceu. Hitler, com toda sua perversidade, foi exaltado. Jesus, com toda sua Divindade foi humilhado.

Isso me faz ter temor. Temor da fama, do sucesso, do aplauso, da multidão. Temor da exclusão, da manipulação. Tenho temor quando vejo a exaltação dos poderosos e a rejeição dos “fracos”. Temo os que como Hitler, promovem “limpeza” para que o belo prevaleça- O que é o belo? - Temo os que propagam a infalibilidade, sendo falhos. Temo os que não temem. Temo pelos que ignoram os filhos de Deus, que se revestem de autoritarismo e que amam o sucesso.

Rejeito essa imposição de caminhar no curso dos que se alegram com o caos. Dos que desprezam os humildes e valorizam a elite. Rejeito as ideologias radicais e a escravidão da perfeição. Escolho a Cristo que nos ama como somos e sente dor pelos que choram. Escolho ser discípula desse Mestre, que tem prazer na liberdade e acolhe a pluralidade. Amo este Mestre que me permite amá-Lo. Rejeito a “medicina nazista” que disfarçadamente se instala na geração atual.

Por Wilma Rejane

Pesquisa: Bravus

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