As mulheres indígenas estão bem distantes de vivenciarem a tradição consumista do dia das mães. Não enfrentam longas filas, nem disputam as últimas invenções tecnológicas das vitrines. Nem perfumes, roupas ou sapatos. Vivem uma cultura que se arrasta por gerações e quando se aproximam da vida urbana, da globalização, sofrem para se adaptarem. Muito se questiona sobre as mães indígenas, o infanticídio ainda é praticado em muitas tribos. Filhos gêmeos ou deficientes físicos são condenados à morte, porque acreditam na impossibilidade de criá-los e também que estes, trazem maldição. No Brasil esse drama está mudando. Acompanhe as matérias e descubra por que.
Uma Chance as Crianças Indigenas
O olhar triste dos índios Marité e Tixumagu da etnia Ikpeng, de uma aldeia do Xingu, no Mato Grosso, denota a desilusão em ter de abandonar os costumes da comunidade para viver na cidade em busca do novo. O motivo da fuga está no colo do casal: os trigêmeos que nasceram este ano e que não foram aceitos pela comunidade por uma tradição cultural que acredita que filhos vindos da mesma gestação podem trazer azar. Para evitar o sacrifício deles, prática comum nesses casos, a família teve de ser forte para quebrar a regra e seguir outro caminho. "Tenho certeza de que eles vão se orgulhar da gente quando crescerem. Tenho orgulho de ter conseguido seguir com essa ideia e não deixá-los morrer", diz o pai.
O líder indígena Tabata Kuikuro, também da comunidade xinguana, foi tão firme quanto o casal Marité e Tixumagu ao saber que sua esposa deu à luz gêmeos, hoje com dois anos. E não pensou duas vezes: "São meus filhos, como vou deixar alguém fazer mal a eles, deixar matar igual se mata bicho?"
Essas histórias, estão em um documentário chamado "Quebrando o silêncio", produzido com a participação da indía Sandra Terena e Divanet da Silva, fundadora da ong indígena Sirai-i. Sandra, viajou por 22 horas, do Mato Grosso até Brasilia, em busca de ajuda dos parlamentares e autoridades do Governo: " Quero batalhar por ajuda em todos os lugares". Graças ao empenho de pessoas como Sandra, tribos brasileiras estão se comprometendo a optar pela vida das crianças, em qualquer circunstância. Acompanhe o maravilhoso documentário:
Por: wilma Rejane
Fonte: Correio Brasiliense
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