Gugu Liberato, Susan Boyle e a Mídia Brasileira.



Grande Sonho da Mídia Sem Controle: Palhaços e Marionetes.
Dê um clique, mude de canal.


Os jornais, anunciam antecipadamente a vinda da cantora Susan Boyle ao Brasil. A atração internacional, que ganhou fama após aparecer no "Britain's Got Talent", viria especialmente para o programa do Gugu Liberato. Fiquei a meditar, na quantia exorbitante saindo dos cofres da Record. A dor, do desfalque monetário, seria esquecida facilmente, com o alto índice do Ibope . As gargalhadas do Bispo Edir Macêdo, seria o sabor de vitória. Mais um bote, na emissora concorrente.

Vindo ou não ao Brasil, o episódio, da contratação da Susan Boyle, para a Tv do Bispo, provocou em mim, uma certa revolta, ligada a inversão de valores na mídia. Basta assistir aos muitos programas de auditório para se constatar isso. O Bizzaro, o "podre", os galãs "ídolos", as cantoras (que não cantam) e as dançarinas com pouca roupa, são garantia de público. Susan, não se encaixa em nenhum dos perfis citados, mas, por representar, a gata borralheira que venceu. O "feio", que deu certo, provoca curiosidade. Tem uma bela voz, sim. No Brasil, contudo, também temos grandes talentos, excluídos da mídia, em detrimento das "eguinhas pocótos", "eu quero mais é beijar na boca", "créu" e por ai vai.

Coisa boa, não da ibope. O público é quem diz. Os números, não mentem. Se o inverso, fosse verdadeiro, as novelas globais, cheias de adultério, não seriam responsáveis pelo primeiro lugar da emissora. É o mesmo público que gosta de assistir as "bizarrices" da política brasileira, mas cruza os braços, diante da corrupção. Vende o voto, barganha seus direitos. Que não gosta de ouvir falar, nos cientistas anônimos do nosso País. Dos jovens, que venceram a pobreza, ocupando os primeiros lugares nas Universidades, conseguindo espaço, no mercado competitivo de trabalho. Das muitas "Marias", que carregam latas d'água na cabeça de dia e fazem alfabetização à noite, para aprender escrever o próprio nome. Por que a TV Cultura é tão pouco assistida?


É o mesmo público, que transforma participantes de realyts shows, em celebridades, ídolos, da nação. Mas, mudam de canal, desligam a Tv, ao ouvir falar de orquestras sinfónicas, de paz e amor. De gente honesta que devolveu o dinheiro achado no metro, "os trouxas", da vida. Esquecidos no dia seguinte pelas manchetes que dão lugar ao luxo, sucesso e escândalos dos pop stars, da mídia.

Todos os dias, vemos professores, sendo ameaçados nas escolas. Indisciplina por toda parte, instituições para menores, lotadas, menores infratores, com ficha corrida, de dar inveja a Jack, o estrupador. A violência, a desonestidade, o fútil é o que mais tem agradado a grande maioria dos jovens e adolescentes. É uma realidade, facilmente notada, nas escolas, nas periferias. Um retrato, da decadência que permeia o cotidiano televisivo.

Esta semana, levei para sala de aula, um vídeo que falava de amor. Os alunos, conhecidos como"terror", da escola, não esboçaram satisfação, com as lindas e comoventes mensagens. Ao passar uma pequena história sobre violência, eles vibraram, bateram palmas: "É isso aí, esse é dos meus, ai moleque"! Que tristeza. Orei em silêncio, pela vida de cada um. O que eles assistem em casa? Quais os ídolos deles? Já fiz essas pergunta, por cada classe em que passei. Aproximadamente, mil alunos. Os meninos, adoram os jogadores de futebol e os traficantes (podem se assustar é a pura verdade). "Jogadores e traficantes, ganham muito, sem precisar estudar" (na pequena visão deles). O que mais gostam de assistir, são os filmes de luta, as dançarinas de funk.

A televisão, não está, preocupada, empenhada, com a qualidade da educação, de vida dos menos favorecidos. Fazem campanhas para ajudar crianças pobres, com dinheiro alheio, do telespectador. É uma forma, de se promoverem, de demonstrar que "são bonzinhos", mas, não são. É bem verdade, jogar toda a culpa na mídia, não é correto. Ela não é a grande vilã da desorganização humana. O homem tem "o controle", mas não consegue selecionar o saudável, porque sua estrutura (ou desestrutura), não suporta. Reflexo, de uma mente poluída.

Também cometo erros na escolha da programação. De vez em quanto, ao zapear os canais, paro para assistir coisas sem conteúdo. Incontáveis vezes, já me perguntei: "por que estou assistindo isso? Em que vai contribuir para minha vida?". Não sou perfeita, preciso me policiar. Essa é uma causa, minha, e de todos.

Gugu Liberato e Susan Boyle, me despertaram reflexões, doloridas. Ele, foi contratado pela rede Record, com um salário de 3 milhões por mês. Sem querer contrariar seus fãs, se ele fosse tão bom quanto dizem, faria sucesso com pouco gasto para produção do programa. Nem precisaria de atrações milionárias. O salário do Gugu, de um só mês, daria para resolver muitos problemas sociais. Comprar pintinhos amarelinhos, para encher a barriga de um monte de criança faminta.

Susan Boyle, deve cobrar um cachê bem " modesto". Nada contra, o cachê e a Susan. Sou telespectadora da Record e torço para o fim do monopólio da Rede Globo. Só acho que os investimentos de uma TV, de propriedade de evangélicos, deveriam visar bem mais que alguns números, no ibope.

Me perdoem a rispidez. Falo das flores, e dos espinhos.

3 comentários:

Anônimo disse...

A paz do Senhor,meus parabens pelo artigo,a inversão de valores esta atuante na sociedade,o que não presta é o que da ibope, infelizmente.

irani martins disse...

depois que descobri a tenda na rocha, comecei a montar uma apostila de estudo, pois gosto de historia e principalmente, quando envolve arqueologias e culturas antiguas.

04 setebro 2009

Wilma Rejane disse...

Ô Irani!!!

Que maravilha!!! fiquei feliz com seu comentário. Deus te abençoe, amada.

Deus, muito se alegra, com os que têm fome de saber, principalmente, a Bíblia e o "pano de fundo" de sua história, com arqueologia e a cultura.

Grande abraço.