Carta de Sara Às Mulheres Desta Geração

 

 Nohemy Vanelli

Amada irmã, eu sei o que é viver mudanças inesperadas. Deixar para trás a terra onde cresci, a casa dos meus pais, tudo o que me era familiar. Seguir ao lado do meu marido, Abraão, sem saber exatamente para onde Deus nos levaria. Eu só tinha uma certeza, Ele nos chamou e a sua promessa era maior do que o medo da incerteza. Talvez você também tenha enfrentado mudanças que não planejou.

Talvez tenha sido arrancada do conforto do que era seguro para você. Eu entendo essa dor, porque a vivi. Muitas vezes esperei, duvidei, tentei resolver as coisas do meu jeito, mas aprendi que Deus não esquece o que promete.

Na sua fidelidade, Ele sempre cumpre, ainda que pareça impossível aos nossos olhos. Quando Ele me disse que eu teria um filho, eu ri. Como uma mulher idosa poderia gerar uma vida? Talvez você já tenha olhado para algo em sua vida e pensado, é tarde demais, já passou o tempo.

Mesmo caminho, nova caminhada!

 

 

Wilma Rejane


“E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem. E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?” Lucas 24:13-17

Dois discípulos voltavam de Jerusalém: tristes, sem esperanças, decepcionados. Jesus havia ressuscitado e eles viram apenas o túmulo vazio. Não viram Jesus. Iam conversando pelo caminho, dispostos a abandonar tudo quanto criam, afinal, não fazia sentido seguir um morto. Mas Jesus também ia por aquele caminho com eles, interessado em seus sentimentos.

E ao reler essa passagem Bíblica, me ocorreu que aqueles dois discípulos já haviam transitado muitas vezes por aquele caminho de volta a Emaús: alegres, esperançosos, confiantes. Naquele dia os sentimentos eram diferentes, pois, em Jerusalém haviam deixado sua fé no Cristo ressuscitado. Cheios de dúvidas, apoiavam-se mutuamente, ambos eram testemunhas de um tempo glorioso com endereço no passado.

Aquele caminho em Emaús é o mesmo que passamos, por muitas vezes: tristezas, desesperanças, decepções. Buscando apoiar-se em pessoas, com interrogações não respondidas, sendo  Cristo considerado  uma fábula. Apesar da descrença, Jesus estava com eles. Sua morte era um marco, não  um fim. Um começo, recomeço de algo muito maior. 

18 anos de blog!


Wilma Rejane 

Aos 7 de Dezembro de 2007 nascia o blog A Tenda na Rocha, estamos, portanto, há 18 (dezoito) anos na internet, chegando a diferentes países. A promessa de Deus contida no capítulo 54 de Isaías foi a Palavra recebida como motivação para criação do primeiro artigo:  "Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas" (Isaías 54 verso 2). 

Da palavra que recebi como promessa, também surgiu o nome do blog que sugere a armação de uma tenda em uma Rocha. A Rocha é Cristo Jesus ( Mateus 7: 24 -25). Jesus é a base da habitação, é a Pedra fundamental que sustenta, que alicerça, que dá vida. Meu amado esposo foi quem criou e me ensinou a manejar o blog.

É tão extraordinário que mesmo após 18 (dezoito) anos na internet, com tantas transformações e novas plataformas, captando milhões e milhares de seguidores, o blog resiste com número crescente de visitas. É verdade que entre 2012 à 2017, o blog viveu um ápice de (10) dez mil visitas diárias e grande fluxo de testemunhos.

Com a migração de muitos blogueiros e leitores para plataformas como Facebook, Instagram e Youtube, o cenário mudou e os acessos diminuíram, mesmo assim prosseguimos na criação de conteúdo escrito e não nos arrependemos por permanecermos, pois, o cenário continua a se transformar com a chegada das IA 'S, e os acessos estão surpreendentemente ativos, chegando à marca de 8 ( oito) mil por dia.

O Reino de Deus e o Grão de Mostarda

 

Jesus e a Mulher encurvada

João Cruzué

E Jesus ensinava no sábado em uma sinagoga. E veio ali uma mulher encurvada que há 18 anos sofria daquela enfermidade. E depois desse encontro o Senhor comparou o Reino de Deus a uma semente de mostarda.

É impossível encontrar na história alguém que conheça melhor do que Cristo os detalhes da miséria humana. A causa da enfermidade daquela mulher era um espírito maligno enviado pelo diabo. Muitos não crêem na sua existência, mas está claro em Lucas 13:15-17 que Satanás trazia presa aquela mulher há 18 anos. Todo esse tempo com uma coluna encurvada era uma maldade sem limites. Foi por isto mesmo que Cristo veio - para desfazer as obras do diabo.

A mulher encurvada foi até a sinagoga por causa de Cristo.

A fama dos milagres de Cristo chegou até seus ouvidos, e ela desejou vê-lo. Dezoito anos de encurvamento era um longo tempo. Longo tempo de baixa autoestima, fuxicos, olhares curiosos. Deus estava atento a isto. Como estava atento a mulher do fluxo de sangue - 13 anos! Ao paralítico do Tanque de Betesda - 38 anos! A falta de um herdeiro para Abrão - 99 anos!

Em meio a tanta gente importante procurou um cantinho para ouvir. Mas Jesus não chamou os mais importantes, presentes na reunião. Ele olhou e viu o sofrimento daquela mulher. Depois de olhar ele a chamou: Mulher estás livre da tua enfermidade. Com esta ordem as correntes do diabo quebraram-se. Não contente com isto, impôs sobre ela as mãos, e ela endireitou-se e começou a glorificar a Deus.

E quando Deus começou a ser glorificado, o chefe da sinagoga em lugar de compartilhar daquela alegria, irritou-se ao ponto de repreender publicamente a Jesus, falando para a multidão: Seis dias há que se pode trabalhar. Vinde pois nestes dias para serdes curados e não nos sábados.

E até hoje, os seguidores do sábado continuam glorificando o sábado em lugar do Criador do sábado. Certa feita, passava eu, escritor deste blog, por um tempo muito difícil de falta dinheiro e emprego. Minha esposa e eu tínhamos um pequeno comércio na garagem de nossa casa. E um salão da Igreja A. foi aberto perto de nossa casa. E todo domingo vinha um senhor já bem de idade tentar nos re-envangelizar para o sabatismo. Sabedor que éramos crentes, ele insistia a apresentar um Cristo que sempre eu soube que foi muito perseguido por causa dos sábados. Ao recusar sua literatura pois já era cristão, o insistente "vovô" adv. começou a bater a poeira do sapato na calçada de nossa casa, em frente a dezenas de pessoas que passavam, acrescentando mais um prego a nossa angústia.

Existe a chance de recomeçar a vida do zero?

 

Wallace Sousa 

Uma multidão de pessoas se pergunta isso, desejando ardentemente que a resposta, a qual desconhecem, seja um sonoro SIM. Para essas pessoas, tenho a dizer que sim, existe essa possibilidade de recomeço, de reiniciar a vida apagando um passado de tragédia e tristeza. Todavia, como nem tudo são flores, esse recomeço não é da forma como pensam ou como gostariam que fosse, para seu espanto ou decepção.

Geralmente, uma vida desperdiçada acontece porque escolhas erradas são tomadas, sem pensar nas consequências que essas decisões implicarão. As pessoas, muitas vezes, esperam um milagre acontecer, mas não se colocam no lugar de receber, e ainda ficam a reclamar que as coisas acontecem com todo mundo, menos com eles.

Se você quer, realmente, uma nova vida, somente em Jesus é que as coisas vão, de fato, começar a acontecer. Pode crer, sem medo de ser feliz.

O nascimento de Jesus foi um marco na História. Não apenas isso, mas também uma ruptura no espaço tempo, transformando-a em um Antes e Depois dEle. Não sei se você já parou para pensar nisso, mas não existe o ano ZERO, ou seja, aquele que dividiria a História. Existem o ano UM d.C (depois de Cristo) e o ano UM a.C (antes de Cristo), mas não o ano ZERO. Enquanto os anos d.C crescem (um, dois, três, etc.), os a.C decrescem (- um, – dois, – três, etc.). Em termos práticos, o nascimento de Cristo é o centro da História, de onde as coisas partem e para a qual convergem. Simples, não?

O pouco com Deus é muito


Wilma Rejane 

A Escritura sempre mostrou que Deus não depende de grandes recursos humanos. Ele honra a fé sincera, mesmo quando ela se expressa através de algo pequeno aos olhos do mundo.

Melhor é o pouco com justiça do que grandes rendas com injustiça.” Provérbios 16:8

Exemplos bíblicos

O azeite da viúva (2 Reis 4:1–7) - A mulher só tinha um pequeno vaso de azeite. Aos olhos humanos, insuficiente. Mas Deus multiplicou.O que é entregue a Deus, Ele amplia conforme a necessidade.

Os cinco pães e dois peixes (João 6:1–13) Um lanche de menino alimentou milhares.  Cristo não exige muito, apenas que se coloque o pouco nas Suas mãos.

Gideão e os 300 (Juízes 7) Um exército pequeno venceu multidões. Deus reduz para mostrar que a vitória vem Dele.

A oferta da viúva (Marcos 12:41–44) Ela deu duas moedinhas, mas Jesus disse que ela deu mais que todos. Deus olha o coração, não o volume.

Por que o pouco se torna muito? Porque Deus supre o que falta. Ele é o Deus da providência.

Carta Da Mulher da Dracma Perdida Às Mulheres Desta Geração

 

 

Nohemy Vanelli

Você está vivendo em um tempo de muitas distrações e eu sei como é fácil se distrair e deixar algo precioso se perder. Eu mesma percebi, um dia, que uma das minhas dracmas não estava mais em meu diadema — presente que recebi no dia do meu casamento. Talvez, para muitos, fosse apenas uma moeda... mas para mim significava dignidade, identidade e herança.
 
E foi dentro de casa que percebi a perda. Não estava nas ruas, não estava no mercado, não estava em mãos estranhas... estava ali, perdida no meu próprio lar. Vejo que muitas mulheres estão procurando fora o que, na verdade, perderam dentro. Quantas vezes você buscou reconhecimento, alegria ou amor em lugares distantes, quando tudo o que precisava reencontrar estava no ambiente da sua intimidade, na sua comunhão com Deus, na dignidade e santidade do seu lar?

Nos seus dias já não existe mais a cultura de usar diademas ou colares que representavam a responsabilidade da mulher casada — algumas nem usam mais a aliança. Mas deixa eu te dizer: não é sobre uma moeda, não é sobre um colar, nem sobre um anel. É sobre entender quem Deus chamou você para ser no seu lar: uma administradora, ou melhor, uma guardiã do lar. E para isso, é necessário restaurar a presença do Senhor.

A Batalha de Oração do Rei Davi no Salmo 3

 

Morte de Absalão - Quadro de Corrado Giaquinto

João Cruzué

O Salmo 3 surge como testemunho vigoroso de fé pronunciado no ápice de crise existencial e política. Davi, fugindo de   (אַבְשָׁל - Avshalom), seu próprio filho, experimenta a ruptura de tudo aquilo que sustentava sua identidade real. A aflição é profunda e : militar, familiar e espiritual. Seus numerosos adversários agora (רַבִּים – rabbim) o cercam e declaram com crueldade teológica: “אֵין יְשׁוּעָה לוֹ בֵּאלֹהִים – Ein yeshuah lo b’Elohim”:  “Não há salvação para ele em Deus.” O salmo inicia-se como lamento autêntico, expondo a alma ferida diante do Altíssimo.

No ponto de inflexão, Davi recusa ser interpretado pela aparência do desastre e redireciona sua visão à realidade superior do pacto. A declaração central rompe a escuridão: “וְאַתָּה יְהוָה מָגֵן בַּעֲדִי – Ve’attah Adonai magén ba’adí”:  “Porém Tu, Senhor, és um escudo ao redor de mim.” O termo מָגֵן – magén indica escudo arredondado, proteção integral de 360°. Ele afirma ainda: “כְּבוֹדִי וּמֵרִים רֹאשִׁי – minha glória e o que exalta a minha cabeça”. Assim, a honra (כָּבוֹד – kavôd) e a dignidade restauradas não provêm da política, mas da presença do Deus de Israel.

Segue então o glorioso paradoxo da confiança: enquanto cercado, Davi declara: “אֲנִי שָׁכַבְתִּי וָאִישָׁנָה – Ani shachavti va’ishanah”: “Eu me deitei e dormi.” O repouso não é fisiológico, mas teológico: שָׁעַן – sha’an, “sustentar”, implica apoio estrutural. Ele desperta e reconhece: “כִּי יְהוָה יִסְמְכֵנִי – Ki Adonai yismekhêni”, “Pois o Senhor me sustenta.” O medo transforma-se em coragem absoluta: mesmo diante de “רִבְבוֹת – rivvavot” (dezenas de milhares) de adversários, ele declara não temer, pois sua segurança não está nos exércitos, mas em יְהוָה – YHWH.

O jardim antigo e o jardim moderno

 

Wilma Rejane 


Não sei precisar quantas vezes que já li o relato da criação do universo, a cada nova leitura, sou renovada na fé e na certeza de que vivemos sob o olhar de um Deus sábio e misericordioso. Onde quer que estejamos somos observados e não há dia ou noite, altura ou profundidade que escape à ação Divina:

No principio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” Gênesis 1:1-2.

Criou = bara (Strong 01254) = Formar, modelar, esculpir, recortar.

Deus modelou a criação em um tempo descrito como sete dias, mas o tempo da restauração, contudo , está em segredo com o Criador: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.” Marcos 13:32.

A humanidade teve inicio com o primeiro Adão e se encerrará com o segundo e último Adão que é Cristo: “ Pois, da mesma forma que em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados.” I Cor. 15: 22 e outra vez se escreve: "O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente; o último Adão, espírito vivificante.” I Cor.15:45.

E se Deus tem a conta do primeiro e do último, não teria a conta de mim e de você? Aquele vazio que existia no principio está preenchido também por nós , cada pequeno espaço onde pisa nossos pés existe sobre os cuidados de quem o criou.E Ele criou com a ordem de que teríamos condições de dominar, baseados inclusive na liberdade de pensamentos e escolhas ( Gênesis 1: 26 à 28).

Ao criar a natureza: animais, plantas, sol, lua, estrelas, vales,montanhas, oceanos, se lê: “E viu Deus que tudo era bom” Gênesis 1:25. Mas ao concluir a criação do homem e da mulher, se lê: “ Deus os abençoou”. Somos abençoados desde o principio, nem mesmo a queda de Adão, o pecado alastrado para a especie humana, pôde cancelar ou anular essa bênção.

O que se tornou maldita foi a terra: “ maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. ” Gênesis 3:17