A esperança de cada dia

 


 Wilma Rejane

Porque tudo o que foi escrito antigamente foi escrito para nossa instrução, para que, pela perseverança e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” Romanos 15:4

O mundo está cada dia mais rude e as pessoas distantes e apáticas, apesar de tudo, há corações que aquecem, derretem as geleiras da indiferença e prosseguem com fé e esperança, por Cristo, com Cristo. É estranho perceber o mundo sendo transformado em campos de guerras, conflitos agravados aos extremos e diálogos que soam como pólvora. Ter esperanças em um mundo melhor, contudo, não é utopia, é seguir uma perspectiva Bíblica, sobre a paz nas nações profetizou Isaías:´"...Uma nação não mais levantará sua espada contra outra nação, nem será necessário que se preparem para batalhas." Isaías 2:4  

Esperança não é apenas uma palavra bonita, consoladora, amenizadora do caos. Esperança é parte necessária e essencial da vida cristã, pois, pela esperança da Salvação eterna viveram os profetas bíblicos, os apóstolos, os discípulos,  e viverá a igreja em todas as eras, uma vez que  Jesus Cristo é esperança vital que nos sustenta. Um dos significados para palavra esperança é Elpis e ocorre em I Tessalonicenses 1:3: "Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai". No idioma grego, se refere a “permanecer confiante em uma promessa” (Strong 1680), ter esperança na graça de Deus para vencer o mundo terreno firmado na promessa de eternidade com Cristo.  

Profeta Daniel tem me inspirado profundamente quando penso na transformação do mundo e proximidade do fim dos tempos. Daniel foi levado cativo para a Babilônia quando tinha apenas dezesseis anos, era um jovem judeu, cheio de vigor, sabedoria e planos, teve que recomeçar sua vida como estrangeiro, cativo, vivendo no palácio sob as ordens de um rei idolatra e rude. Rebatizado de Beltessazar que significa "Bel protege a vida do rei", Daniel estava pressionado a esquecer seu próprio nome e identidade, porém, venceu todas as dificuldades e perseguições se tornando mais forte, sábio e próximo de Deus. Daniel era um homem cheio de esperanças!

Dizem que Jared Kushner é o anticristo


 Wilma Rejane 

Você já se deparou com algum vídeo ou artigo afirmando ser Jared Kushner anticristo? Há centenas de influenciadores afirmando que Jared cumpre as características do anticristo. Tentando desvendar à verdade sobre o tema é que escrevi esse artigo.

Escolhi um trecho do livro de Daniel, capítulo 11, verso 37, onde são descritas características importantes, traços da personalidade e da tradição religiosa da pessoa do anticristo. Existem outras passagens Bíblicas, mas essa é bem conhecida e embora seja curta, permite uma análise de componentes públicos sobre o anticristo, vejamos:

"E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá. "

Consultei o texto em hebraico, transliterado para o português, vejamos se realmente as características listadas no versículo, se encaixam com Jared Kushner:

O plano de paz entre Israel e Hamas é a aliança que dará início à tribulação?



Permitam-me começar com um ponto que tenho frequentemente levantado em meus escritos e palestras sobre profecias bíblicas, cumpridas e não cumpridas. O princípio é este: a profecia bíblica nunca se cumpre aproximadamente; ela sempre se cumpre exatamente como está escrita, como é profetizada. Portanto, devemos evitar o que chamo de "exegese jornalística". Essa é a tendência de muitos crentes de ler a imprensa diária e começar a especular. Devido a um ponto de semelhança entre um evento atual e uma profecia bíblica, eles acreditam que a profecia se cumpriu. Posso dar muitos exemplos passados ​​e atuais dessa tendência.

No entanto, o procedimento adequado para interpretar as Escrituras é primeiro interpretar o texto em seu próprio contexto e, em seguida, verificar passagens relacionadas e ver exatamente o que o texto realmente ensina. Não devemos nos envolver em especulações sobre como a profecia pode ou não se cumprir. Assim, se um evento atual realmente se encaixa perfeitamente em uma profecia, então essa profecia se cumpre, mas não antes.

Então, o que as Escrituras realmente ensinam sobre a aliança que dará início aos sete anos de tribulação? Há duas passagens principais: Daniel 9:27 (no contexto dos versículos 24-27) e Isaías 28:14-22.

Daniel 9:27 - E ele firmará aliança com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e até à consumação; o que está determinado será derramado sobre o assolador.

Confira Isaías 28 em sua Bíblia ou clique Aqui para ler online 

A aliança é feita especificamente entre Israel e o Anticristo. Na Bíblia, ela nunca é chamada de aliança de paz, embora seja uma aliança que garantirá a segurança militar de Israel. É porque a liderança de Israel depositará sua confiança nessa aliança e no Anticristo, que finge ser seu amigo, e não no Deus de Israel, que a assinatura dessa aliança desencadeará a tribulação. Somente na metade do período de sete anos, quando a aliança for quebrada, a liderança de Israel finalmente reconhecerá a verdadeira natureza daquele com quem assinou a aliança.


O plano de Trump se encaixa no que a Bíblia realmente diz? A resposta simples é: Não! O plano de paz de Trump pretende ser um tratado entre Israel e os palestinos. Deve ser assinado por Israel e pelos palestinos, e não por Israel e Trump. Se Israel assinar este pacto, não será porque confia nos palestinos para garantir sua segurança militar. Nenhum líder israelense — seja de direita, esquerda ou centrista — jamais aceitará ou confiará em qualquer líder árabe para garantir a segurança militar de Israel.

O vazio da alma

 

Wallace Sousa

 
“Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século”. Mateus 28.20.


Quantas vezes tivemos a impressão de estarmos sozinhos, mesmo em meio a uma multidão? É estranho sentir solidão em meio a várias pessoas, não acha? Achamos realmente estranho… quando acontece com os outros… mas se é conosco, logo temos milhões de justificativas, desculpas e razões para nos sentirmos assim. 

Já parou para pensar onde as pessoas se acham mais solitárias? Nas grandes cidades. Como é possível alguém sentir solidão em meio a milhares, talvez milhões de pessoas? O ser humano é gregário por natureza, ou seja, prefere a companhia de outros seres humanos e faz da amizade verdadeira, quando a encontra, um bem inegociável. Apesar disso, ainda há pessoas que preferem o isolacionismo, e por isso é que encontramos eremitas modernos.

A solidão é mal antigo, mas a diferença é que já esteve mais controlado. No princípio, quando Deus criou o mundo, colocou um homem para cuidar do jardim (Éden) que havia feito. Lá o homem tinha de tudo que o satisfizesse. E era tudo dele. Só dele. Unicamente dele. Miseravelmente e solitariamente dele. Mas havia também Deus, sim, Deus estava lá. E conversava com o homem. E Deus olhou para o homem e disse: “não é bom que o homem esteja só”. E Deus procurou uma companheira para Adão (do hebraico Adam=homem).

A leoa, esposa do rei dos animais, não serviu. A gazela, tão graciosa, não serviu. A águia, tão imponente, também não serviu. A papagaia, tão tagarela, coitada, sem chance. Então veio a ideia: “far-lhe-ei uma adjuntora (companheira) que lhe seja idônea”. Fez cair um profundo sono em Adão, retirou-lhe uma costela, fechou a carne no lugar e moldou a mulher, diferentemente do homem que foi formado do pó da terra. Que surpresa teve Adão ao abrir os olhos. Que visão! Que coisa estupenda! “Esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Que cara de sorte esse Adão. Solidão? Nunca mais! Agora tenho tudo que preciso: estou no jardim de Deus com a mulher que Deus me deu – deve ter pensado ele.

Mas apenas um deslize e tudo foi perdido. Expulso e humilhado, o casal outrora tão feliz amargaria a dura realidade de descobrir que estavam sós. Como sós? Não tinham um ao outro? Sim, mas haviam perdido a comunhão com Deus, a comunicação com o Divino Ser, tudo por darem ouvidos à serpente e serem enganados por ela. 
 

O cântaro no canto


Wilma Rejane


Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. João 4:14


Essa passagem Bíblica é bem conhecida e se refere a conversa entre Jesus e a mulher samaritana, ocorrida à beira do poço de Jacó. É interessante, porque nela Jesus se apresenta como : Á água (mayim). A do poço era parada. Jesus era o jorro d'água. A vida eterna, água em movimento,  fonte incessante.

Mayim ( Strong 08451): movimento, vida, sustento, revigoramento.

“ Quando passares pelas águas “mayim”, estarei contigo, e pelos rios, eles não te submergirão” Is 43:2


Se um poço de água suja, cisterna ou qualquer outro meio de água parada não receber em si novas correntezas, o destino é a poluição que pode levar à morte. Se em qualquer recipiente de águas paradas, lançarmos água limpa, a natureza, o teor do liquido mudará para melhor. Imagine uma vida repleta de pecado, tristezas e infelicidades (cisterna suja) e de repente, do meio dessa cisterna surge uma fonte jorrante de águas , o tempo fará com que a cisterna se purifique e tenha sua natureza transformada. 

Jesus é o Jorro da água, O movimento que transforma passado, presente e futuro. Marleau-Ponty sobre o curso das águas filosofou: “ Sua essência consiste em passar, nenhuma de suas partes pode permanecer a mesma quando outra se apresenta”.


Carta de Ester Às Mulheres Desta Geração

 

Nohemy Vanelli

Qual de nós quer assumir batalhas ou entrar em lutas que colocam em risco a própria vida? Eu também não queria. Mas houve um momento em que precisei entender que minha posição não era um privilégio, mas uma missão.

Muitos falam da minha história como se fosse sobre beleza, mas não se trata de embelezamento, e sim de preparação e intencionalidade. Deus me colocou no palácio por um propósito maior, e quando chegou a hora, precisei agir. 

Meu povo estava condenado, e a única maneira de interceder por eles era arriscando minha própria vida. Mas eu não fiz isso sem buscar ao Senhor. Antes de entrar na presença do rei, me preparei com jejum e oração, e chamei outros para jejuarem comigo (Ester 4:16). Porque há batalhas que só são vencidas assim.

O Prumo do Profeta Amós

 


Por João Cruzué

O prumo é um instrumento simples, mas essencial na estabilidade da construção. Ele serve para testar se parede está sendo construída sem desvios. Sem o prumo, o muro pode parecer reto em cima, mas  torto embaixo. Ele não embeleza a obra, mas garante sua retidão. Foi exatamente com o uso desta ferramenta que Deus mostrou ao Profeta Amós (capítulo 7) a condição espiritual de Israel.  

Assim como o construtor não tolera paredes tortas, o Senhor declarou que não suportaria mais o desvio do seu povo para a injustiça e a corrupção. O prumo, nas mãos de Deus, revelou que a estrutura da nação estava comprometida e que o juízo seria veloz. Para reconstruir dentro dos padrões divinos a obra deveria ser posto abaixo.

Amós contemplou o Senhor segurando um prumo diante do muro de Israel. Não era apenas uma visão curiosa, mas um diagnóstico espiritual. O povo de Israel, mesmo com seus cultos e festas, estava fora de prumo, distante da justiça de Deus. O prumo expôs a verdade — a aparência podia enganar, mas a medida divina não falha. O povo honrava a Deus com sua língua, porém tinha um coração desviado de Deus.

Certa vez tive um sonho. Sonhei a parede da frente de um templo estavam com as ferragens de suas colunas à mostra e o topo dela estava inclinado mais de meio metro para dentro quando comparado com a estrutura vizinha.  E me lembro tive a curiosidade de perguntar para o construtor por que isso tinha acontecido. Ouvi bem claro a resposta: haviam colocado pouco cimento. As colunas estavam se esfarelando e a fundação com defeito. Fiquei pensativo por vários dias, até que entendi que falta de cimento representava o amor.

Voltando à questão do prumo, a visão do profeta nos ensina que a vida não é medida pelo padrão dos homens, mas pelo prumo do Senhor. A religião sem justiça é como um muro inclinado; cedo ou tarde vai ao chão. Uma Igreja construída só com palavras não se sustentará. A lei precisa estar alinhada ao testemunho e a pregação com o amor. O não honrar quem pregou 200 sermões no ano, mas quem visitou, socorreu, alimentou, vestiu, chorou. A compaixão pode ser considerada como prumo de Deus.

O prumo de Deus continua sendo erguido diante de cada um de nós. Ele não pode ser manipulado, nem inclinado pela vontade humana. 

Mas em Cristo, a pedra angular, encontramos não apenas a medida perfeita, mas também a graça que nos endireita. O prumo revela o desvio. O desvio precisa da graça de Deus para o conserto. 

O tempo de conserto é hoje. Se hoje ouvir a voz do Espirito Santo de Deus, atenda logo, antes que o dia aceitável da sua misericórdia  passe e não mais haja oportunidade de conserto.



SP-03.10.2025.


O Rio do Profeta Ezequiel




Por João Cruzué 

O profeta Ezequiel nos mostra uma linda visão no capítulo 47: um pequeno fio de água saindo do templo que vai crescendo, crescendo, até se tornar um rio profundo e cheio de vida. Assim é a graça de Deus: quanto mais nos deixamos levar, mais percebemos que não há limites para aquilo que o Senhor pode fazer.

O detalhe do rio que vai crescendo aos poucos mostra que a vida espiritual é um processo. Primeiro, Ezequiel anda com água nos tornozelos, depois nos joelhos, até chegar ao ponto em que não consegue mais atravessar andando, mas precisa nadar. Esse crescimento simboliza como nossa caminhada com Deus nos leva de passos simples até mergulhos mais profundos. No começo podemos estar apenas tocando a superfície, mas o convite do Senhor é para irmos além, até que não confiemos mais em nossas próprias forças, e sim na correnteza da sua presença.

As águas do rio não apenas aumentam, mas também trazem vida. Onde passam, árvores florescem, frutos aparecem e até o mar Morto é transformado em um lugar fértil. Isso nos lembra de que, quando Deus age, até o que parecia seco e perdido pode voltar a ter esperança. Jesus usou palavras parecidas quando disse que quem crê nele terá rios de água viva fluindo de dentro de si (João 7:38). O que Ezequiel viu como uma promessa futura, hoje entendemos cumprido em Cristo, fonte inesgotável de vida para todo discípulo.

Essa visão também nos fala sobre esperança prática. Talvez existam áreas em nossa vida que parecem como o mar Morto: sem saída, sem movimento, sem futuro. Ou como o Deserto da Judeia. Mas, quando o rio de Deus chega, nada continua igual. Ele cura, restaura, reconcilia e enche de fruto onde só havia esterilidade.

O que parecia impossível, Deus transforma em lugar de abundância. Assim como as águas que brotavam do templo, a presença de Deus quer alcançar o mais profundo da nossa realidade e trazer renovação completa.

O rio de Ezequiel 47 é, na verdade, um convite. Ele nos chama a sair da beira e a entrar cada vez mais fundo, até que não possamos mais controlar os passos sozinhos. É um chamado para deixar que Deus nos conduza, mesmo quando não sabemos exatamente para onde o rio vai nos levar. É nesse abandono confiante que experimentamos o começo da plenitude da vida espiritual onde vamos descobri que há muito mais em Deus do que poderíamos imaginar.

Ezequiel nos mostra que a vida verdadeira só existe quando somos alcançados pelo rio que vem de Deus. Essa água começa pequena, mas logo cresce e nos envolve por completo. Ela cura feridas, traz esperança onde parecia não haver mais nada e transforma desertos em jardins. O convite é claro: não fique apenas na beira onde apenas molha os pés, entre mais fundo porque é seguro mergulhar neste rio.


SP-02.10.2025


O que significa: Não deis aos cães as coisas santas?

 
 

Wilma Rejane

Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem." Mateus 7:6

Como aplicar a passagem bíblica de Mateus 7 no dia a dia? Ela parece nos dizer para não desperdiçarmos coisas valiosas com certo tipo de pessoas. Para compreendermos melhor vamos verificar o significado de "cães". A palavra aparece na Bíblia se referindo à:  animais de modo literal (João 10:12) e homens (Salmo 22:16; Filipenses 3:2; Mateus 15:21,28). A raiz da palavra cão, trás uma surpresa, ela denota um tipo de personalidade.

cão no grego =  kunikos = cínico. A palavra surge na Grécia, em meados do século IV a.C. derivada de corrente filosófica, defensora da indiferença,  escárnio, falta de pudor e também de interesses materiais. Dois principais filósofos ficaram bem conhecidos por terem levado ao extremo o cinismo, são eles: Antístenes e seu discípulo Diógenes que morava em um barril e usava uma lanterna. Posteriormente à corrente do cinismo é que a palavra se propagou como adjetivo, descrevendo características de homens detestáveis, dissimulados, indiferentes, escarnecedores. 

Por todo Seu ministério, Jesus conviveu com o cinismo, embora não tão chocante como o cinismo grego que promovia nudez em público, falta de higiene, escárnio extremo.  O cinismo estava presente na indiferença e escárnio dos fariseus que não amoleciam seus corações por nada, nem por cegos que voltavam a enxergar, nem por pessoas que eram ressuscitadas. Os fariseus acompanhavam o ministério de Jesus, unicamente com a finalidade de criticar e menosprezar. Jesus, contudo,  não desperdiçava Seu tempo com eles, mas ia de encontro aos pobres, humildes, sedentos por justiça.