Wilma Rejane
Nos dias de Ló é uma expressão usada por Jesus para definir a situação humana no fim dos tempos.
“Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam ; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.” Lucas 17:28-30.
Nos dias de Ló a vida seguia o curso natural e o cotidiano era repleto “de cotidiano”: comer, beber, comprar, vender, tudo era tão necessário e urgente que não havia espaço para Deus. A chuva de enxofre chegou e encontrou em Sodoma e Gomorra, lugar de morada de Ló, homens fazendo coisas iguais ao que faziam todos os dias, e o que parecia ser uma bênção, na verdade, era maldição porque causava acomodação, estagnação espiritual.
O pecado de Sodoma é assim definido por Isaías:
“Eis que essa foi à iniquidade de Sodoma, fartura de pão e próspera ociosidade teve elas e suas filhas, mas nunca amparou o pobre e o necessitado”, 16 :49.
E por Ezequiel:
" Ora, este foi o pecado de sua irmã Sodoma: Ela e suas filhas eram arrogantes, tinham fartura de comida e viviam despreocupadas; não ajudavam os pobres e os necessitados. Eram altivas e cometeram práticas repugnantes diante de mim. Por isso eu me desfiz delas conforme você viu.” Ezequiel 16:49,50
Desse modo, de acordo com o contexto Bíblico, nos dias de Ló, a referência era a de uma sociedade corrompida pela gula, luxúria e cobiça. As pessoas haviam se tornado egoístas e insensíveis às necessidades do outro.
Aqui encontram-se lições indispensáveis: "Prosperidade material nem sempre é indicativo de bênção", nos dias de Ló, foi indicativo de maldição. A bênção da prosperidade consiste em ser ela uma bênção para si e também para o próximo, é quando a gratidão pela provisão de Deus é tão vital quanto o servir ao próximo e este servir não significa dar tudo o que o outro pede, mas o que o outro precisa, assim interpreto.
É interessante perceber – isso me chama atenção – que passados mais de quatro mil anos, milhares de gerações após os dias de Ló, os homens desta época ainda se assemelham aos homens daquela época. Jesus voltará, em um tempo que a ciência estará avançadíssima, a tecnologia terá produzido inventos eficientes e supermodernos, ainda assim haverá homens estagnados em seus cotidianos, fazendo todos os dias as mesmas coisas. O cotidiano estará ainda mais repleto “do cotidiano”.
É triste constatar o semelhante semblante entre a sociedade da era de Ló e a sociedade de hoje. O elo entre passado e presente deixou um rastro contínuo de ações que permanecem geração por geração. A corrida por alimentos, bens, consumo exagerado, luxúria e frieza no amor em relação ao outro. Os sinais da vinda de Cristo vão se cumprindo e sob a cúpula celeste, no âmbito terreno as sociedades se rivalizam em busca de sobrevivência. Nunca existiu tanta oferta de alimentos e ainda assim há fome. Há fome por comida, há fome por salvação da alma, contudo, as prioridades parecem sofrer inversão de valores; luxúria, orgulho, fama, tudo parece ser mais fascinante do que a santidade e o amor a Jesus Cristo.