Carta de Ester Às Mulheres Desta Geração

 

Nohemy Vanelli

Qual de nós quer assumir batalhas ou entrar em lutas que colocam em risco a própria vida? Eu também não queria. Mas houve um momento em que precisei entender que minha posição não era um privilégio, mas uma missão.

Muitos falam da minha história como se fosse sobre beleza, mas não se trata de embelezamento, e sim de preparação e intencionalidade. Deus me colocou no palácio por um propósito maior, e quando chegou a hora, precisei agir. 

Meu povo estava condenado, e a única maneira de interceder por eles era arriscando minha própria vida. Mas eu não fiz isso sem buscar ao Senhor. Antes de entrar na presença do rei, me preparei com jejum e oração, e chamei outros para jejuarem comigo (Ester 4:16). Porque há batalhas que só são vencidas assim.

O Prumo do Profeta Amós

 


Por João Cruzué

O prumo é um instrumento simples, mas essencial na estabilidade da construção. Ele serve para testar se parede está sendo construída sem desvios. Sem o prumo, o muro pode parecer reto em cima, mas  torto embaixo. Ele não embeleza a obra, mas garante sua retidão. Foi exatamente com o uso desta ferramenta que Deus mostrou ao Profeta Amós (capítulo 7) a condição espiritual de Israel.  

Assim como o construtor não tolera paredes tortas, o Senhor declarou que não suportaria mais o desvio do seu povo para a injustiça e a corrupção. O prumo, nas mãos de Deus, revelou que a estrutura da nação estava comprometida e que o juízo seria veloz. Para reconstruir dentro dos padrões divinos a obra deveria ser posto abaixo.

Amós contemplou o Senhor segurando um prumo diante do muro de Israel. Não era apenas uma visão curiosa, mas um diagnóstico espiritual. O povo de Israel, mesmo com seus cultos e festas, estava fora de prumo, distante da justiça de Deus. O prumo expôs a verdade — a aparência podia enganar, mas a medida divina não falha. O povo honrava a Deus com sua língua, porém tinha um coração desviado de Deus.

Certa vez tive um sonho. Sonhei a parede da frente de um templo estavam com as ferragens de suas colunas à mostra e o topo dela estava inclinado mais de meio metro para dentro quando comparado com a estrutura vizinha.  E me lembro tive a curiosidade de perguntar para o construtor por que isso tinha acontecido. Ouvi bem claro a resposta: haviam colocado pouco cimento. As colunas estavam se esfarelando e a fundação com defeito. Fiquei pensativo por vários dias, até que entendi que falta de cimento representava o amor.

Voltando à questão do prumo, a visão do profeta nos ensina que a vida não é medida pelo padrão dos homens, mas pelo prumo do Senhor. A religião sem justiça é como um muro inclinado; cedo ou tarde vai ao chão. Uma Igreja construída só com palavras não se sustentará. A lei precisa estar alinhada ao testemunho e a pregação com o amor. O não honrar quem pregou 200 sermões no ano, mas quem visitou, socorreu, alimentou, vestiu, chorou. A compaixão pode ser considerada como prumo de Deus.

O prumo de Deus continua sendo erguido diante de cada um de nós. Ele não pode ser manipulado, nem inclinado pela vontade humana. 

Mas em Cristo, a pedra angular, encontramos não apenas a medida perfeita, mas também a graça que nos endireita. O prumo revela o desvio. O desvio precisa da graça de Deus para o conserto. 

O tempo de conserto é hoje. Se hoje ouvir a voz do Espirito Santo de Deus, atenda logo, antes que o dia aceitável da sua misericórdia  passe e não mais haja oportunidade de conserto.



SP-03.10.2025.


O Rio do Profeta Ezequiel




Por João Cruzué 

O profeta Ezequiel nos mostra uma linda visão no capítulo 47: um pequeno fio de água saindo do templo que vai crescendo, crescendo, até se tornar um rio profundo e cheio de vida. Assim é a graça de Deus: quanto mais nos deixamos levar, mais percebemos que não há limites para aquilo que o Senhor pode fazer.

O detalhe do rio que vai crescendo aos poucos mostra que a vida espiritual é um processo. Primeiro, Ezequiel anda com água nos tornozelos, depois nos joelhos, até chegar ao ponto em que não consegue mais atravessar andando, mas precisa nadar. Esse crescimento simboliza como nossa caminhada com Deus nos leva de passos simples até mergulhos mais profundos. No começo podemos estar apenas tocando a superfície, mas o convite do Senhor é para irmos além, até que não confiemos mais em nossas próprias forças, e sim na correnteza da sua presença.

As águas do rio não apenas aumentam, mas também trazem vida. Onde passam, árvores florescem, frutos aparecem e até o mar Morto é transformado em um lugar fértil. Isso nos lembra de que, quando Deus age, até o que parecia seco e perdido pode voltar a ter esperança. Jesus usou palavras parecidas quando disse que quem crê nele terá rios de água viva fluindo de dentro de si (João 7:38). O que Ezequiel viu como uma promessa futura, hoje entendemos cumprido em Cristo, fonte inesgotável de vida para todo discípulo.

Essa visão também nos fala sobre esperança prática. Talvez existam áreas em nossa vida que parecem como o mar Morto: sem saída, sem movimento, sem futuro. Ou como o Deserto da Judeia. Mas, quando o rio de Deus chega, nada continua igual. Ele cura, restaura, reconcilia e enche de fruto onde só havia esterilidade.

O que parecia impossível, Deus transforma em lugar de abundância. Assim como as águas que brotavam do templo, a presença de Deus quer alcançar o mais profundo da nossa realidade e trazer renovação completa.

O rio de Ezequiel 47 é, na verdade, um convite. Ele nos chama a sair da beira e a entrar cada vez mais fundo, até que não possamos mais controlar os passos sozinhos. É um chamado para deixar que Deus nos conduza, mesmo quando não sabemos exatamente para onde o rio vai nos levar. É nesse abandono confiante que experimentamos o começo da plenitude da vida espiritual onde vamos descobri que há muito mais em Deus do que poderíamos imaginar.

Ezequiel nos mostra que a vida verdadeira só existe quando somos alcançados pelo rio que vem de Deus. Essa água começa pequena, mas logo cresce e nos envolve por completo. Ela cura feridas, traz esperança onde parecia não haver mais nada e transforma desertos em jardins. O convite é claro: não fique apenas na beira onde apenas molha os pés, entre mais fundo porque é seguro mergulhar neste rio.


SP-02.10.2025


O que significa: Não deis aos cães as coisas santas?

 
 

Wilma Rejane

Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem." Mateus 7:6

Como aplicar a passagem bíblica de Mateus 7 no dia a dia? Ela parece nos dizer para não desperdiçarmos coisas valiosas com certo tipo de pessoas. Para compreendermos melhor vamos verificar o significado de "cães". A palavra aparece na Bíblia se referindo à:  animais de modo literal (João 10:12) e homens (Salmo 22:16; Filipenses 3:2; Mateus 15:21,28). A raiz da palavra cão, trás uma surpresa, ela denota um tipo de personalidade.

cão no grego =  kunikos = cínico. A palavra surge na Grécia, em meados do século IV a.C. derivada de corrente filosófica, defensora da indiferença,  escárnio, falta de pudor e também de interesses materiais. Dois principais filósofos ficaram bem conhecidos por terem levado ao extremo o cinismo, são eles: Antístenes e seu discípulo Diógenes que morava em um barril e usava uma lanterna. Posteriormente à corrente do cinismo é que a palavra se propagou como adjetivo, descrevendo características de homens detestáveis, dissimulados, indiferentes, escarnecedores. 

Por todo Seu ministério, Jesus conviveu com o cinismo, embora não tão chocante como o cinismo grego que promovia nudez em público, falta de higiene, escárnio extremo.  O cinismo estava presente na indiferença e escárnio dos fariseus que não amoleciam seus corações por nada, nem por cegos que voltavam a enxergar, nem por pessoas que eram ressuscitadas. Os fariseus acompanhavam o ministério de Jesus, unicamente com a finalidade de criticar e menosprezar. Jesus, contudo,  não desperdiçava Seu tempo com eles, mas ia de encontro aos pobres, humildes, sedentos por justiça.

Qual o segredo de José do Egito?


 
 
Wallace Sousa

Inegavelmente, a história de José – aliás, o livro de Gênesis é um dos mais ricos e belos da Bíblia – é um primor de literatura, e sua história ainda hoje rende pregações inflamadas e hinos inspirados. Não é à toa, se você prestar atenção nas ricas experiências pelas quais José passou e as lições que aprendeu.

José, um exemplo de servo de Deus, dotado de rara inteligência e sabedoria, era o que se podia chamar hoje de “visionário” (sonhador), alguém que enxergava o futuro (profeta) e que sabia administrar como ninguém, mas, sua principal característica era a fidelidade a Deus em meio às maiores provações. Ele foi alvo da inveja homicida de seus meio-irmãos, jogado no fundo do poço e tirado de lá para ser vendido como escravo… tudo por causa do amor e admiração que seu pai lhe nutria e dos sonhos que tinha.

Com tantas qualidades, tanto como homem público como homem imerso em sua vida pessoal, torna-se até difícil eleger a principal virtude de uma personagem tão marcante das Escrituras. Todavia, à guisa de opiniões divergentes, julgamos que a principal razão dele ter sido alguém que não apenas teve seu lugar marcado na História, como foi um protagonista de sua própria história, quando tudo conspirava para que ele fosse um mero coadjuvante por onde passava, era seu carácter irrepreensível e sua convicção em permanecer fiel a Deus onde quer que fosse ou o que fizesse, fosse na casa de seu senhor, fosse na casa de sua servidão, mandando ou sendo mandado.

Hoje em dia, é difícil achar alguém como José, com a qualidade de saber ser servo e, após exaltado, não querer se exaltar e fazer justiça com as próprias mãos. Pessoas com inteligência e competência administrativa como ele até que não faltam, mas com a sua humildade e desprendimento são raras. Ainda mais levando-se em conta a massiva propaganda triunfalista pregação da prosperidade que assola nossos púlpitos hoje, como verdadeira praga, transcendendo as fronteiras denominacionais e geográficas.

Carta de Priscila às mulheres dessa geração


 Nohemy Vanelli 

Amada irmã,

Meu nome não é tão lembrado como o de Sara, Rute ou Ester. Não vivi nos tempos dos patriarcas ou dos grandes reis de Israel, mas servi ao Senhor em um tempo desafiador. Minha vida está registrada no Novo Testamento, e, ao lado do meu marido Áquila, trabalhei para que o Evangelho chegasse a mais pessoas (Atos 18:2-3, 18:26).


Eu sei o que é servir a Deus em meio às lutas da vida. Eu trabalhava como fabricante de tendas, e entre o ofício e as responsabilidades do lar, também dedicava minha vida à obra do Senhor. Eu e meu marido hospedamos Paulo, ensinamos Apolo, discipulamos novos crentes e servimos à igreja de nossa casa (Romanos 16:3-5).

Vamos falar sobre Charlie Kirk?






Wilma Rejane

 "Todo reino dividido será arruinado" Mateus 12:25

O Jovem Charlie Kirk era ícone da juventude conservadora americana e após sua morte, se tornou conhecido mundialmente. Particularmente, nunca tinha visto qualquer referência à sua pessoa ou organizações, contudo, reservei algum tempo para assistir seus debates em campus universitários. Considerei sua metodologia de diálogo, semelhante à empregada por Sócrates em seus debates em praças públicas, quando captava atenção de dezenas e centenas de jovens atenienses. O filosofo utilizava a maiêutica, conduzindo os ouvintes a duvidarem de suas convicções ao buscarem respostas para seus questionamentos. 


Charlie defendia com veemência a ideologia partidária de Direita, por considerar ser uma via consolidadora de valores cristãos. Fundador da "Turning Point USA" no ano de 2012, uma instituição que se denominava sem fins lucrativos, mobilizava diversas áreas da sociedade em direção ao conservadorismo. Há especulações de que Charlie kirk se apoiou na  "Teoria das Sete Montanhas" para desenvolver seus projetos sociais. Para validar essas especulações, há declarações do próprio kirk em entrevistas e discursos. Por exemplo, afirmou em uma conferência, se referindo ao presidente Donald Trump :" Finalmente temos um presidente que entende as sete montanhas da influência cultural" (Discurso na CPAC - Conservative political Action Conference, 2020). 


O assassinato de Charlie Kirk reacende um ponto crucial da inflamada disputa política entre os partidos de Direita e Esquerda que alcançou níveis extremistas a nível mundial, inclusive no Brasil.  Considerando que nenhuma sigla partidária é capaz de cumprir a promessa de trazer verdadeira paz ao homem, uma vez que os viézes políticos não são as "artérias " principais de resolução aos conflitos humanos, mas meios deficientes de intervenção social, os debates sobre paz acabam por se tornar em verdadeira guerra.


As pessoas não deveriam resumir seus objetivos de vida à fazer parte da Esquerda ou Direita, politicamente falando. Contudo, a cada dia, é sobre isso que se ocupam os meios de comunicação e todos os outros meios capazes de promover debates, a igreja, inclusive, tem se tornado palanque, infelizmente. Observemos o Evangelho e constataremos que Jesus Cristo não se ocupou de debates políticos, Ele esteve nos mesmos espaços com Pôncio Pilatos, foi afrontado por ele, frente à frente, mas se manteve em silêncio, pela certeza de que Seu Reino não era desse mundo, de que sua missão era resgatar o pecador, abolir o pecado.


Quer dizer que o cristão deve se manter em silêncio diante dos problemas políticos? Não é essa a afirmativa, mas a de que o cristianismo não tem por objetivo principal o palco político partidário. Há grande engano em  acreditar ou defender que o Evangelho está ligado à Esquerda ou Direita, há grande engano em apontar líderes terrenos como salvadores por identificação partidária. Os partidos e governos humanos devem se submeterem ao Evangelho e não o contrário. Contudo, em um mundo corrupto e caído, os partidos e governos deturpam as verdades e ignoram completamente o Evangelho em troca de poder e riquezas. E grandes plateias aplaudem a absorvem as ideologias como se fossem sua salvação.

Para os feridos e cansados


Wilma Rejane

Pedras no caminho são como obstáculos que ou ferem nossos pés ou nos obrigam a mudar de direção. Pedras são problemas a serem vencidos,  como vencer? Amparando-se em Deus. Ainda assim, de fé em fé, na caminhada da vida é possível que as pedras permaneçam. Há porém, grande força em caminhar com um coração cheio de paz e confiança, estando no centro da vontade de Deus, servindo- O da forma que Ele nos capacitou para servir.

A vida está difícil? Prossigamos! Jesus disse que "cada dia guarda o seu próprio mal" (Mateus 6:34). Um dia de cada vez, sem se desesperar . Exerçamos com paciência a jornada que Deus reservou para nós, não nos conformando com este mundo (Romanos 12:2), porém, inteiramente confortados nas promessas do Evangelho que é abrigo para todas as horas, em qualquer lugar e circunstâncias.

Fé e pedras. Caminhos que se contrastam pelas leis da física, da química, das coisas visíveis e invisíveis. João Batista, apontou para as pedras à beira do Rio Jordão e disse que delas Deus poderia suscitar filhos de Abraão;  do imobilismo,  palidez, frio e insensibilidade, algo novo e bom nasceria.

“ ...Até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Lucas 3:8

Das muitas pedras que ferem nossos pés na estrada da vida, pela fé e coragem, podem se erguer fortalezas. Ajunte-as, arrume-as em um canto sabendo que serão memorial para uma nova história. Um memorial tal qual Betel, que significa "Morada de Deus" que foi erguido com pedras pelas mãos de Abraão, em um tempo de muitas dificuldades, fome e seca. Ele então "ajunta as pedras" e ora a Deus em Betel, deixando ali um marco de mudanças.

Em quanto tempo Noé construiu a arca e quanto tempo permaneceu nela?

 

Sabemos que foi depois dos 500 anos que Noé gerou Sem, Cam e Jafé (Gênesis 5:32). E sabemos que quando Noé entrou na arca com sua esposa, três filhos e noras, ele estava com 600 anos (Gênesis 7:6, 11). Portanto,  a arca levou menos de 100 anos para ser construída.

No entanto, há também uma nota intrigante em Gênesis 6:3 que afirma: "Meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porque ele é carne; os seus dias serão 120 anos". Muitos veem isso como o período de tempo entre a predição do julgamento de Deus e o Dilúvio. Outros o veem como o tempo que Deus permitiria que os humanos vivessem. Uma terceira visão sugere que o Dilúvio ocorreria dentro de 120 anos. Com base em outras datas mencionadas na cronologia do Dilúvio, esta terceira opção parece ser a interpretação mais precisa.

Dito isto, Noé começou a ter filhos aos 500 anos e o dilúvio ocorreu quando ele tinha 600 anos. Se seu filho mais novo nasceu poucos anos depois do primeiro filho de Noé e atingiu idade suficiente para se casar (Gênesis 6:18 pode indicar que os filhos de Noé já estavam casados ​​na época em que Deus instruiu Noé a construir a arca), poderíamos estimar que Noé poderia ter cerca de 520 anos quando recebeu a instrução. Isso deixa cerca de 80 anos no máximo para a construção da arca, embora o intervalo de tempo possa ter sido de 50 a 80 anos.

Quanto tempo Noé e sua família permaneceram na arca? Noé e sua família entraram na arca no segundo mês, décimo dia do seu 600º ano (Gênesis 7:4-11). Sete dias depois, as chuvas do Dilúvio começaram (Gênesis 7:11). As águas inundaram a terra por 150 dias, incluindo os 40 dias de chuva (Gênesis 7:12, 17, 24; 8:1). As águas baixaram e a arca repousou no Monte Ararate no décimo sétimo dia do sétimo mês, apenas 10 dias após o fim do dilúvio (Gênesis 8:3-4). Noé saiu no vigésimo sétimo dia do segundo mês do seu 601º ano (Gênesis 8:14-19). No total, o Dilúvio durou 370 dias.

Quantos animais de cada espécie estavam na arca? Gênesis menciona sete pares de animais "limpos" (Gênesis 7:2-3) e dois de cada animal "impuro" (Gênesis 6:19-20). Animais limpos referiam-se àqueles que podiam ser sacrificados (como os listados em Levítico como parte das ofertas de adoração) e exigiam um número maior, visto que alguns seriam posteriormente sacrificados como oferenda a Deu