Pois na cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor |
Wilma Rejane
Na cidade de Belém da Judeia, havia um lugar chamado " Torre de Éder", é tão incrível as descobertas sobre a relação dessa torre com o nascimento de Jesus que esses acontecimentos não podem ficar em segredo. Deus preparou Sua história de amor para com a humanidade de modo espantoso, de Gênesis a Apocalipse, do começo ao fim dos tempos, o anuncio do Reino de Deus é um roteiro onde tudo se completa perfeitamente. Miraculoso também é saber que ainda que os detalhes históricos e culturais sejam desconhecidos nossos, Deus prossegue operando, porque o fundamento do Reino é a fé pura e simples no Cristo Ressuscitado ao alcance de todos. Existe tanta riqueza nas Escrituras que até dos detalhes, que poderiam passar desapercebidos pelos nossos sentidos, são retirados tesouros, como este sobre a "Torre de Éder, Torre do Rebanho ou Migdal Eder".
Esse lugar é descrito pela primeira vez, no livro de Gênesis:
Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata; que é Belém.E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje. Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda além de Migdal Éder (Torre do Rebanho). Gênesis 35:19-21
Por essa indicação, sabe-se que a Torre de Éder, localizava-se próximo ao túmulo de Raquel. Esse túmulo nunca foi removido de seu lugar original, apesar de ter sofrido reformas em sua estrutura através dos séculos. É irônico, mas tendo o local tanta importância para judeus, por abrigar a esposa de Jacó, por um longo período eles foram proibidos de frequentá-lo, isso aconteceu em 1948 quando jordanianos assumiram o controle da área. Após a vitória israelense na Guerra dos Seis Dias em 1967, o Túmulo foi reaberto aos filhos de Rachel. Ele nunca mudou de lugar, mas a cidade cresceu e tudo em derredor foi modificado, o lugar antes deserto, hoje é considerado centro da cidade.
Todo esse progresso urbano, dificultou a localização exata da "Torre de Éder".O certo é que ela existiu e fez parte do cenário que abrigou o Messias. Profeta Miqueias é quem com muita clareza relaciona Jesus à Torre de Éder ou Torre do Rebanho:
Quanto a você, ó torre do rebanho (em hebraico Migdal Éder), ó fortaleza da cidade de Sião, o antigo domínio será restaurado a você; a realeza voltará para a cidade de Jerusalém. Miqueias 4:8
Alguma vez você já havia parado nesse verso e se perguntado o que seria essa "torre do rebanho"? Era noite em Belém, o céu estava repleto de estrelas e os pastores da Torre, vigiavam o rebanho. Mas aquele não era um rebanho comum, nem aquela seria uma simples torre. O local era uma estação onde eram guardados os cordeiros para o sacrifício no Templo em Jerusalém, a poucos metros dali. Dentro do circuito da torre, os cordeiros eram bem tratados e alimentados, a fim de serem conservados sem máculas, sem qualquer osso quebrado, sem defeito algum, próprios para os sacrifícios que se realizavam duas vezes ao dia por todos os dias do ano.
E dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois cordeiros de um ano, sem defeito, cada dia, em contínuo holocausto;Um cordeiro sacrificarás pela manhã, e o outro cordeiro sacrificarás à tarde;E a décima parte de um efã de flor de farinha em oferta de alimentos, misturada com a quarta parte de um gim de azeite batido. Este é o holocausto contínuo, instituído no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao Senhor. E o outro cordeiro sacrificarás à tarde, como a oferta de alimentos da manhã, e como a sua libação o oferecerás em oferta queimada de cheiro suave ao Senhor. Porém, no dia de sábado, oferecerás dois cordeiros de um ano, sem defeito. Números 28:3-9
A Palavra hebraica para definir a condição dos cordeiros usadas nos sacrifícios no templo é "tamisa" = sem mancha, completo, inteiro, perfeito.
As colinas ao redor de Belém, cidade natal de Davi, abrigava os cordeiros para os sacrifícios no templo e os pastores ficavam em vigia na Torre do rebanho para que nenhum dos animais se perdesse.
O Cordeiro Pascal nasce em Belém
E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Miquéias 5:2
Na noite do nascimento de Jesus, havia pastores nos campos próximos de Belém, um anjo aparece para eles e diz: "É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis um menino envolto em faixas, e deitado em uma manjedoura." Eles foram até Belém e encontraram Maria, José e o bebê deitados na manjedoura. Lucas 2: 11-12 (Ler todo o capitulo Aqui).
Os pastores sabiam exatamente onde ficava a manjedoura (que pode ser traduzida no original como tenda ou lugar de armazenar animais) em Belém, na verdade, só havia uma e ela não era a manjedoura que a tradição tanto oriental como acidental divulgam. Não havia animais de outras espécies, apenas cordeiros, a manjedoura, na verdade era uma cavidade razoavelmente grande, talhada na rocha que abrigava os cordeiros recém nascidos. Eles eram colocados ali, envoltos a faixas de pano até se acalmarem, isso os impedia de se machucarem ao de debaterem. Também na manjedoura, eram inspecionados sobre manchas e defeitos .
Os pastores sabiam exatamente onde deveriam ir: Na manjedoura que ficava na Torre do Rebanho. Esse foi o lugar que abrigou o menino Jesus, O Cordeiro de Deus sacrificado na Páscoa para salvação da humanidade. E Jesus nasceu ali, na Torre do Rebanho, para cumprir a profecia de Miqueias de que através da Torre do rebanho viria o Restaurador de Israel e também dos gentios. Jesus, o Cordeiro de Deus, nascendo exatamente no local onde nasciam os cordeiros selecionados para os sacrifícios no Templo em Jerusalém. Depois disso, a Torre poderia ser demolida, afinal O Cordeiro definitivo havia chegado ao mundo para em um só sacrifício redimir o homem do pecado e da morte. Não seria mais necessários os sacrifícios diários.
Ainda em Lucas, sobre José e Maria grávida, em busca de um local para dar a luz lê-se: "E ela deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.". Maria precisaria de um lugar para repousar após o parto e como seus parentes moravam em Belém, quando se dirigia até a Torre, ela examinou para saber qual deles lhe daria hospedagem para resguardo, mas de todos ouviu: "Não temos lugar", assim entende-se que Maria, José e Jesus, permaneceram na manjedoura da Torre do rebanho por alguns dias após o parto, sendo cuidados pelos pastores de Belém.
De acordo com o Torá, quando uma mulher tinha um fluxo de sangue, por qualquer motivo, ela era considerada impura. Maria, após o parto, estaria ritualmente impura, por consequência do fluxo de sangue ocasionado do parto. Ela teria que ficar separada do resto da família para não contaminar as pessoas da casa (Levítico 15:19-23). Por esse motivo, as mulheres saiam de casa e iam dar a luz em outro local, após a cessação do sangue e o tempo necessário para purificação, voltavam para o convívio normal em família. Assim, a partir dessa interpretação, é compreensível a indicação de que os familiares de José e Maria, não dispunham de um ambiente isolado para abrigá-los no período pós parto.
Arqueologia Amigdalar Éder
Arqueólogos encontraram as ruínas do que consideram ser a Torre do rebanho, esse fato porém, está abafado devido ao lucrativo comércio que envolve a Igreja da Natividade em Belém. A igreja católica afirma que Jesus teria nascido na gruta onde hoje é a igreja da Natividade e essa tradição é a que prevalece. O melhor de tudo, é saber que a existência da Torre não se faz mais necessária porque temos um Cordeiro Pascal eterno que aboliu sacrifícios de animais.
O Cordeiro definitivo
Jesus nascendo em Belém, no lugar onde o pequeno Davi apascentava as ovelhas, na manjedoura da Torre do Rebanho nos revela a beleza e soberania de Deus - Isso seria revelado ainda que não houvesse Torre do Rebanho - porém ao constatar o cumprimento da profecia de Miqueias, percebe-se que aquela noite em Belém, onde Maria e José caminhavam até a manjedoura foi o dia mais aguardado pelos pastores da Torre. A partir de então, todos os outros sacrifícios seriam consumados na Pessoa de Jesus. Ele era O Cordeiro mais precioso, perfeito e sem mácula que já haviam envolvido entre os lençóis em Belém.
Eis O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. João 1:29
Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados. Hebreus 10:4
Cristo, Eterna Páscoa
Os cordeiros pascais não podiam ter ossos quebrados: "Dela não deixarão até a manhã e dela não quebrarão osso algum; segundo todo o estatuto da Páscoa, o celebrarão" Números 9:12.
E apesar de toda violência cometida contra Cristo, os soldados romanos não conseguiram quebrar nenhum de seus ossos. Para que se cumprisse as profecias de que Cristo, nossa Páscoa, era o Cordeiro puro, sem mácula e inteiramente revestido dos atributos exigidos para o sacrifício.
Salmo 34:20: Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra.
João 19:32-36: Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado;Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado.
É maravilhoso saber que Deus olha para o homem com os braços abertos aguardando seu retorno para uma vida de paz, junto a Ele. E que providenciou desde o começo do mundo, um resgate para nos salvar da morte e do pecado e ainda que tudo está escrito como testemunho de amor e poder, que não se pode apagar, para nossa vida transformar. Jesus veio, desde Belém Efrata, na torre do rebanho, um lugar pequeno e atualmente desconhecido, mas independente disso, Jesus torna conhecido seu amor inigualável por cada um de nós ao deixar Seu trono de glória para se fazer servo, nascido de mulher e cumprir tudo que estava escrito a Seu respeito, para nossa salvação.
Louvado seja Deus!
Referências: Harold Smith, O Nascimento, disponível em He That Has An Ear
Alfred Edersheim, A Vida e Tempos de Jesus, o Messias, pp 186-87
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