Contando as derrotas que me fazem subir cada vez mais alto


Dia desses, aconselhando alguém, disse que, se ela continuasse daquela forma (aprendendo a tomar decisões por si própria, e corrigindo seus erros), em breve seria eu a pedir conselhos a ela.
Ela me respondeu que apreciava o elogio, mas que precisava crescer muito até chegar ao meu estágio. Estágio… nesse momento, minha mente foi capturada pela imagem de um foguete que, ao subir, vai como que se desmembrando, por ter sido projetado para subir cada vez mais alto deixando, para trás, os estágios (partes) inferiores.
Vou subir, eu vou subir, e deixar este mundo vil...
Um foguete, se feito para vencer a força da gravidade e superar os limites da estratosfera, é projetado para ir “se desmanchando” ao longo desse percurso, ou seja, desprendendo-se das partes que não têm como objetivo o espaço sideral, mas apenas até certa altura.
Assista um pouco o vídeo a seguir, principalmente a partir dos 2:09 minutos, quando se desprendem os foguetes auxiliares, perto já de sair da esfera de atração gravitacional. As imagens são impressionantes e, se puder, assista em 720 ou 1080p, com tela cheia:

Ok, ok, após você se deliciar com as imagens exuberantes do lançamento, volte apenas um pouco aqui para a Terra, para continuarmos nosso raciocínio e vermos o que esse acontecimento pode nos ensinar a vencer as barreiras gravitacionais que nos querem impor uma vida sem brilho e sem conquistas, colocando como impossíveis a realização de nossos sonhos.

A lição que devemos aprender com esse evento é simples, mas que pode nos libertar de uma vida de eterna frustração, onde o passado se torna um fardo pesado demais, por causa das lembranças de fracassos e derrotas outrora vividas, é que as perdas fazem parte do processo de atingir níveis mais altos. Então, seguindo o exemplo do foguete, as perdas são partes, literalmente, necessárias para se alcançar voos cada vez mais altos.
Analise um pouco um projeto dos foguetes de lançamento ou de colocação de satélites, para ver como as perdas foram previstas, aceitas e recebidas sem traumas. Observe:



"Vamos por partes", diria alguém...

Notou que há vários estágios? O que seria isso? Ora, nada mais e nada menos do que perdas programadas para que o objeto principal, que está no topo (ou cabeça), chegue a romper as forças da gravidade e consiga alcançar o ponto máximo de sua trajetória.

Isso ocorre frequentemente conosco e, às vezes, nem não damos conta:

  • perdemos amigos por termos passado de um estágio para outro, ou porque foram eles que passaram para outro estágio…
  • outras vezes, sentimo-nos usados por alguém, apenas para subir um pouco mais, usando-nos como escada ou trampolim, não é mesmo?

Sim, e o sentimento de traição, de dor, de ser usado, é grande… mas, temos que deixar isso de lado, para lá, se quisermos vencer e continuar a subir, a crescer, a atingir um outro estágio…
A vida é assim, e é assim que a vida é: feita e cheia de “estágios”. Seja a vida profissional (estagiário, júnior, pleno, sênior, etc), seja a vida sentimental (paquera, namoro, noivado, casamento, viuvez…), seja a vida física ou esportiva (fraldinha, mirim, infantil, juvenil, adulto, master, sênior).
Aprendi que a vida de concurseiro também obedece esse sistema de estágios, mas só recentemente me dei conta disso. Tantas derrotas, tantos editais, tantas provas poderiam ser melhor aproveitados se fossem encarados sob esse prisma dos estágios.
Hoje, encaro as perdas de forma diferente, não mais como simples derrotas, mas como estágios superados, que devo deixá-los cair, e não apegar-me a eles, pois, se assim o fizer, não conseguirei subir, e eles me arrastarão para baixo, potencializados pela força da gravidade, que os suga de volta.
Se você teve paciência de assistir todo o vídeo, deve ter notado que, aos 2:10 minutos, ocorre algo interessante: uma explosão, que é o que faz os foguetes auxiliares se desprenderem do corpo da nave. Observou que os foguetes auxiliares, logo após de se soltarem, apagam-se? Pois é, eles tinham sido projetados para irem só até ali, seu combustível acabou-se ali, e ficar ligado a eles seria o mesmo que ficar apegado a algo inútil, a partir dali. Serviu ao seu propósito, mas chegou ao fim.
Assim são muitas coisas em nossa vida: estão determinadas a irem até certo ponto e, a partir dali, temos que seguir sozinhos. Muitas vezes, ficamos angustiados porque certas situações dolorosas, “explosivas”, nos privam de coisas (e até pessoas) boas que nos serviram tanto, nos ajudaram a subir, crescer mas, de repente, nos deixam sós. Precisamos encarar tais perdas com maturidade e naturalidade: são parte da vida e, por mais incrível e surpreendente que possa soar isso, necessárias ao nosso crescimento e amadurecimento, e que vão contribuir para subirmos ainda mais.
Mas, se nos apegamos a essas coisas, não crescemos, não evoluímos e, pior, às vezes caímos…
É necessário ter muita sabedoria e maturidade para saber encarar as perdas dessa forma, para aceitarmos que, às vezes, somos nós que avançamos sozinhos, outras, somos nós os deixados para trás. É a vida, e é assim que a vida é, feita de estágios, de partes, e de perdas. Algumas vezes, perdemos, outras, somos perdidos.
Se perdemos, continuemos subindo, mostrando a quem nos levou até ali, que seu esforço não foi em vão. Se paramos no meio do caminho, fiquemos satisfeitos com a sensação de missão cumprida, de êxito alcançado, e felizes por aqueles a quem ajudamos a subir e, mais ainda, por estarem subindo sem nós: eles aprenderam a lição.
Um filme que demonstra essa lição de uma forma singular é: Quase deuses (Something the Lord Made, 2004). Nele, vemos alguém que aprendeu a crescer com suas derrotas, e alguém cuja derrota o arrastou para baixo, porque não soube desapegar-se daquilo que, um dia, o fez subir às maiores alturas, e caiu.
Outro filme muito, mas muito bom, também baseado em fatos reais, é O Grande Desafio (The Great Debaters, 2007). A cena mais marcante, ou mais pedagógica, para mim, claro, é quando o profº Melvin, já no final, observa e vê seus pupilos subindo sem sua ajuda, e afasta-se satisfeito por ter concluído com êxito sua missão: levá-los até o mais alto que podia, e vê-los subindo, cada vez mais alto, sozinhos.
Quanto a mim, caro leitor, estou cumprindo mais um estágio, concluindo a escrita deste post, e já estou caindo, enquanto o observo continuar sua subida, cada vez mais alto, em direção ao seu objetivo final. É a vida, e é assim que a vida é.
Pode subir, meu caro(a). Suba, sem medo e sem olhar para trás, sabe por quê?
Por que o céu é o limite, e é lá que você deve chegar, e é lá que o seu Criador o projetou para chegar.


Meu destino é o céu, e é para lá que eu vou


Mais um post tentando criar reflexões úteis aos leitores, aqui no blog Desafiando Limites.

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Postou wally, do blog Desfiando Limites que, antes de Jesus, só conhecia derrota, sem saber que derrota também ensina... risos

4 comentários:

Maurício de Souza Lino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ANA SARÉ disse...

MARAVILHOSO!!!!!!

Wallysou disse...

@FRater,

apz, amado.

é... Deus é soberano mesmo.

obg pelos sempre abençoados comentários.

abs.

Wallysou disse...

oi Ana, boa noite.

obg pelo feedback.

abs.